A unidade fabril de Dagenham (arredores de Londres) foi a primeira onde os trabalhadores da Ford exerceram o direito à greve no actual ciclo de luta, acusando a empresa de não dar resposta às preocupações que têm manifestado sobre salários e alterações contratuais.
No seu portal, o sindicato Unite acusa a multinacional do ramo automóvel de pretender introduzir, a partir de 2025, uma remuneração «ligada a 100% ao desempenho», bem como de querer modificar o acordo de negociação colectiva e o subsídio por doença.
«Apesar de as ausências [no local de trabalho] serem inferiores a 2%, [a Ford] está a tentar alterar a política de longa data em matéria de subsídio de doença e quer também alterar o acordo colectivo de trabalho com o Unite», afirma a organização sindical.
Além disso, a Ford foi incapaz de apresentar uma proposta de aumento salarial permanente aos seus trabalhadores, tendo antes proposto a muitos deles um pagamento extra único para 2024, refere ainda a fonte sindical.
A este propósito, a secretária-geral do Unite, Sharon Graham, disse que «a Ford lançou um ataque directo aos salários e às condições dos seus trabalhadores sem outra razão que não seja a ganância da empresa».
«Trata-se de um comportamento terrível da parte de uma empresa que já é extremamente rica», acrescentou.
Depois da jornada de greve que teve lugar no passado dia 30 de Outubro, envolvendo mais de mil trabalhadores, o Unite convocou uma semana de luta, que teve início ontem na unidade de Dagenham (Londres).
As paralisações prolongam-se ali até à próxima sexta-feira; na fábrica de Speke (região de Merseyside), as greves realizar-se-ão de 13 a 15.
Neste contexto, Alison Spencer-Scragg, dirigente do Unite, destacou que os trabalhadores «não vão recuar» e que é «cada vez maior» a sua «indignação com o ataque que a Ford está a fazer aos seus salários e condições de trabalho».
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