Concretizou-se, este sábado, a quinta troca de prisioneiros no âmbito da implementação do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, que entrou em vigor no passado dia 19 de Janeiro.
A ocupação israelita libertou 183 detidos palestinianos das suas cadeias, enquanto a resistência palestiniana libertou três israelitas no enclave – que foram entregues à Cruz Vermelha em Deir al-Balah.
Segundo refere o portal The Cradle, o grupo de presos palestinianos incluía 18 que tinham sido condenados pelos tribunais da ocupação a penas perpétuas, 54 condenados a longas penas e 111 detidos na Faixa de Gaza desde 7 de Outubro de 2023.
Num comunicado divulgado pela Al Jazeera, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) destacou que os corpos dos prisioneiros palestinianos e o seu estado de saúde reflectiam o nível das atrocidades a que foram submetidos nos últimos tempos nas prisões da ocupação. Alguns deles tiveram de ser hospitalizados de imediato, precisou.
A SPP disse ainda que 42 dos presos agora libertados são da Margem Ocidental ocupada, três de Jerusalém ocupada e 27 da Faixa de Gaza cercada. Além disso, sete dos presos que cumpriam penas perpétuas foram deportados para fora da Palestina.
Durante a libertação dos encarcerados da cadeia de Ofer, nas imediações de Ramallah, as forças de ocupação bloquearam o acesso de familiares e amigos ao local, tendo disparado inclusive fogo real e latas de gás lacrimogéneo, refere The Cradle.
Apesar das restrições, centenas de palestinianos, incluindo familiares dos detidos libertados, juntaram-se frente ao Museu Mahmoud Darwish, em Ramallah, para celebrar a libertação.
«Qualquer forma de tortura em que se possa pensar existe ali»
Entre os 183 palestinianos libertados este sábado, em troca de três cativos israelitas em Gaza, encontrava-se Ibrahim Mohammad Khaleel al-Shawish, habitante de Beit Hanoun (Norte de Gaza) e detido pelas forças de ocupação a 10 de Dezembro de 2023.
Num testemunho gravado a que a PressTV teve acesso, al-Shawish disse que passou 45 dias «vendado e algemado», sendo «obrigado a ajoelhar-se», antes de ser transferido para a cadeia que a ocupação tem no deserto do Neguev, onde – relatou – foi submetido a «choques eléctricos e atacado por cães».
Al-Shawish, com sinais visíveis de maus-tratos, afirmou que as condições em que foi mantido eram «indescritíveis» e que «qualquer forma de tortura em que se possa pensar existe ali».
Já antes destas trocas de prisioneiros tinham vindo a público documentos, coligidos pelas organizações de apoio aos presos, com testemunhos relativos a torturas, violações e outras formas de maus-tratos a que os palestinianos eram submetidos nas cadeias israelitas.
Os três prisioneiros israelitas foram entregues pela Cruz Vermelha às forças de ocupação no interior do enclave costeiro, de onde foram levados para uma das instalações militares sionistas que cercam o território Gaza, para ali se juntarem às suas famílias.
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