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Trabalhadores argentinos realizam Marcha da Resistência

A Associação Trabalhadores do Estado (ATE) confirmou a participação na Marcha da Resistência agendada para dia 14, em conjunto com organizações sociais e de defesa dos direitos humanos no país austral.

Mobilização da ATE (imagem de arquivo) Créditos / perfil.com

De acordo com um comunicado divulgado pela ATE Capital, a iniciativa terá como lema «Uma memória que arde, uma luta que não se apaga» e realizar-se-á na Praça de Maio, em Buenos Aires.

Na sexta-feira, a partir das 17h (hora local), representantes das Mães da Praça de Maio, sindicatos, associações estudantis e de género, entre outros, juntar-se-ão nas imediações da Casa Rosada, para onde está previsto um «grande acto de encerramento» no dia seguinte, às 15h.

«Nem um passo atrás, a Pátria defende-se!» é outra das palavras de ordem vigentes, de acordo com o texto, no qual se lembra que, «ao longo dos anos, as Mães apoiaram esta marcha, que começou em plena ditadura [1976-1983], exigindo que os genocidas devolvessem com vida os desaparecidos».

«Uma vez em democracia, esta mobilização tornou-se um símbolo de resistência contra as leis de impunidade, o neoliberalismo dos anos 90 e as políticas de austeridade e repressão do macrismo [governação do ex-presidente Mauricio Macri]», refere a organização sindical.

«Hoje, perante um governo negacionista e que faz a apologia da ditadura, que promove discursos de ódio, nega identidades e procura anular-nos, é mais necessário do que nunca continuar a resistir. Uma luta que nunca parou e que não vai parar», lê-se no texto.

A organização sindical de que Daniel Catalano é secretário-geral apelou à participação na marcha e a dar continuidade ao legado das Mães.

«Não podemos permitir que avance um governo que procura cercear liberdades e direitos, que ataca os trabalhadores, que restringe os sectores mais vulneráveis ​​enquanto os mais poderosos aumentam as suas fortunas, que aprofunda a desigualdade e ameaça aqueles que não alinham com as suas políticas de ódio», declara o comunicado.

Segunda Marcha da Resistência, Buenos Aires, 1982 / Wikipédia CC BY-SA 3.0

O apelo da estrutura sindical dirige-se ao mais «amplo espectro social e político», para «reconstruir a esperança numa sociedade justa, livre e soberana, face ao opróbrio de um governo oligárquico e assente no ódio».

A Marcha da Resistência realizou-se pela primeira vez em 1981, convocada então para denunciar os horrores da última ditadura civil-militar na Argentina e exigir que os desaparecidos fossem devolvidos com vida.

Tal como explica a associação Mães da Praça de Maio no seu portal, durante o mandato do presidente Néstor Kirchner (2003-2007), a marcha foi suspensa, ao entender-se que «o inimigo já não estava na Casa Rosada».

Foi depois reeditada em 2015 e anos subsequentes, para rejeitar as políticas do executivo de Macri, e volta a ser novamente convocada, para condenar o negacionismo e as políticas do governo de extrema-direita de La Libertad Avanza, liderado por Javier Milei.

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