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Tanques israelitas na Cisjordânia ocupada pela primeira vez desde 2002

As forças de ocupação instalaram tanques no campo de refugiados de Jenin, este domingo, no âmbito de uma operação que já provocou dezenas de mortos e milhares de deslocados palestinianos.

CréditosAyal Margolin / The Cradle

A entrada de tanques israelitas no Norte da Cisjordânia ocupada pela primeira vez desde a Segunda Intifada, em 2002, foi revelada pela agência Wafa, que assinala a «escalada significativa na ofensiva militar em curso».

Ontem, as forças de ocupação isolaram casas na parte ocidental do campo, cercando-as com arame farpado, depois de obrigarem os habitantes a sair do local, refere The Cradle, acrescentando que as forças militares israelitas também invadiram localidades em redor de Jenin, como Silat al-Harithiya e Qabatiya.

Ali, tomaram posições em várias ruas, obrigando os comerciantes a fechar as lojas; também impuseram um recolher obrigatório, arrasaram ruas e destruíram infra-estruturas.

Desde o início da ofensiva militar israelita no Norte da Cisjordânia ocupada, a 21 de Janeiro último, mais de 40 mil palestinianos foram deslocados à força dos campos de refugiados de Jenin, Tulkarem, Nur Shams e al-Far'a.

Entretanto, o ministro israelita da Defesa, Israel Katz, que esta sexta-feira visitou o campo de Tulkarem juntamente com o primeiro-ministro Netanyahu, afirmou que aquele campo e os de Jenin e de Nur Shams estavam agora «vazios» e que seriam ocupados pelos militares israelitas no próximo ano.

Esta escalada militar, que alguma imprensa israelita enquadra em «preparativos mais amplos para uma expansão das ofensivas militares no Norte da Cisjordânia» ocupada, ocorreu na mesma altura em que Netanyahu anunciou que iria adiar a libertação de mais de 600 prisioneiros palestinianos, ao abrigo dos acordos de cessar-fogo na Faixa de Gaza com a resistência palestiniana.

O gabinete do primeiro-ministro israelita disse este domingo que a libertação de prisioneiros palestinianos prevista para o dia anterior foi suspensa «até que seja garantida a libertação dos próximos reféns, e sem os rituais de humilhação».

De acordo com The Cradle, as autoridades israelitas terão ficado irritadas depois de um vídeo se ter tornado viral nas redes sociais, mostrando um prisioneiro israelita em Gaza, Omer Shem Tov, a beijar a testa de dois combatentes do Hamas e a acenar num palco durante a cerimónia pública que assinalou a sua libertação na cidade de Nuseirat.

Além desse, outros cinco prisioneiros israelitas foram libertados este sábado pela resistência palestiniana, que dirigiu fortes críticas ao anúncio de Netanyahu, considerando que o atraso na libertação do sétimo grupo de prisioneiros palestinianos «no prazo acordado representa uma violação flagrante» do acordo de cessar-fogo.

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