O lucro diário acumulado em 2024 pelo BCP, CGD, BPI, Santander e Novo Banco representa, em comparação com 2021, um aumento diário de 9,9 milhões de euros. Os cálculos são da CGTP-IN, que aponta, entre outros factores, a fixação das taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE) e as comissões cobradas por estes bancos para o crescimento do lucro em 520 milhões de euros.
«Ao mesmo tempo que diversos indicadores apontam para as crescentes dificuldades dos trabalhadores e das suas famílias acederem ou cobrirem os encargos com a habitação, os bancos e os seus accionistas acumulam mais e mais milhões de euros em lucros», critica a Intersindical. Acrescenta que os resultados agora apresentados, de quase 5 mil milhões de euros, «não podem ser dissociados do indicador que a OCDE divulgou e que combina, precisamente, o aumento dos encargos com a habitação e a evolução dos salários», e onde se constata que «é no nosso país que é mais difícil fazer face aos aumentos dos custos e encargos com a habitação».
Aos lucros da banca, a CGTP-IN junta os 5,1 milhões de euros líquidos que a EDP e a Galp acumularam por dia em 2024, ou os 1,8 milhões de euros da Semapa, Navigator e Corticeira Amorim, para contrariar o estafado argumento de que a economia não aguenta o justo aumento dos salários de quem efectivamente produz a riqueza.
«O dinheiro que se diz não existir para aumentar salários, a economia que se afirma não sustentar as reivindicações dos trabalhadores de um aumento geral e significativo de todos os salários, em pelo menos 15% e nunca inferior a 150€, sobra para garantir estes lucros colossais que traduzem um nível de acumulação e concentração da riqueza que é económica e socialmente insustentável», constata a central sindical que a 5 de Abril promove uma jornada nacional de luta contra a política geradora de desigualdades.
Um dos exemplos da política «subordinada aos interesses dos que mais têm», como critica a Inter, foi veiculado ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), através dos dados sobre «Privação Material das Crianças».
Segundo a análise, em 2024, comparando com 2021, aumentou o número de crianças que pertenciam a agregados familiares em privação material e social. Entre outros indicadores, a CGTP-IN destaca que uma em cada cinco crianças não tem a possibilidade de passar férias, fora de casa, pelo menos uma semana por ano. «Um contraste gritante, num país que está como nunca para o grande capital, mas que falha em garantir os mínimos a um número crescente de crianças no nosso país», critica.
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