Em 2024, o número de crianças que pertenciam a agregados familiares a atravessar uma situação de «privação material e social» aumentou face a 2021, relata a resolução do Conselho Nacional (CN) da CGTP-IN de 26 de Março. O agravar das condições de vida destas crianças e das suas famílias deu-se em simultâneo com os «lucros diários de 13,9 milhões de euros» dos 5 principais bancos nacionais, um aumento de 12,2% face ao ano anterior.
O crescimento destes «lucros colossais» não se ficou apenas pela banca. Empresas como a EDP e a Galp acumularam 5,1 milhões de euros líquidos por dia em 2024, enquanto a Semapa, Navigator, Corticeira Amorim, entre outras, acumularam lucros de 1,8 milhões de euros por dia. É «um nível inaudito de acumulação e concentração» de capital.
É o esforço e o suor dos trabalhadores que é «apropriado por estas e outras empresas», que recorrem à exploração e aos baixos salários para garantir cada vez maiores margens para o patronato. A ideia de que não há condições para aumentar muito significativamente as remunerações «é clamorosamente desmentida por estes dados».
Só com a «continuação e reforço da luta», reafirma a CGTP-IN, será possível «abrir caminho para a construção de um país mais justo». No cumprimento da resolução do CN, o primeiro passo será dado já neste fim-de-semana, com a realização de 3 manifestações no dia 5 de Abril: Lisboa (15h, juntando os distritos de Setúbal, Santarém, Portalegre, Beja, Évora e Faro); Coimbra (10h, reunindo os distritos de Leiria, Castelo Branco, Viseu, Guarda e parte de Aveiro) e Porto (10h30, com a participação de trabalhadores dos distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Bragança e parte de Aveiro).
«Enquanto uns enchem os bolsos e vivem de lucros sucessivos, outros passam por dificuldades»
«É perante esta realidade que os trabalhadores dos diversos sectores do Público ao privado devem dizer basta desta política ao serviço do capital», defende Tiago Oliveira, secretário-geral da CGTP-IN, no tempo de antena divulgado pela central sindical em antecipação aos protestos convocados para 5 de Abril.
«Estão a querer privatizar tudo até nós estarmos privados de tudo». Para além da luta por melhores salários, pensões e pelo cumprimento dos direitos laborais, a acção da CGTP pretende alcançar uma grande mobilização contra o aumento do custo de vida e pela defesa dos serviços públicos e das funções sociais do Estado: a segurança social, a saúde, a educação e a habitação.
Tiago Oliveira entende que só a «mobilização e o esclarecimento dos trabalhadores são fundamentais para a construção de um novo rumo para o país». E se foi com a luta dos trabalhadores e das populações «que se garantiu aumentos de salários e direitos e foi dado um contributo essencial para rechaçar ataques a direitos fundamentais», será igualmente «com a continuação e reforço da luta que se abrirá caminho para a construção de um país mais justo».
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