A greve desta terça-feira foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP/CGTP-IN), que agendou também para hoje um plenário geral para os trabalhadores decidirem a «continuação das formas que levem o CA [Conselho de Administração] e o seu accionista, a Câmara de Lisboa, a dar as respostas que os trabalhadores necessitam».
Os trabalhadores da transportadora rodoviária reivindicam o aumento «real e substancial» dos salários e do subsídio de refeição, a evolução faseada para as 35 horas semanais e a criação do subsídio compensatório para os trabalhadores dos sectores fixos. Simultaneamente, reclama o pagamento das deslocações aos trabalhadores do tráfego sem a contabilização dos «bonús».
O STRUP critica a «política de baixos salários» e «a chantagem» por parte do Conselho de Administração da Carris, ao referir que «não negoceia na pendência de pré-avisos de greve». A estrutura indaga se, «verdadeiramente», o Conselho de Administração tem vindo a negociar ou «tem tentado impor uma política de baixos salários», afirmando ainda que, «ao mesmo tempo que mantém o premio designado de "excelência"», «dá cobertura» à Câmara de Lisboa, enquanto responsável pela gestão da Carris, para que «corte verbas ao orçamento da Carris e as transfira para outros», como foi o caso da Web Summit.
Um «corte», que, admite o sindicato, teria dado para uma actualização salarial de 109 euros a cada trabalhador. Tendo em conta as previsões do Conselho de Administração da Carris para 2025, onde se estima um resultado positivo de cerca de 3,4 milhões de euros, os trabalhadores rejeitam que a discussão da matéria salarial «se continue a pautar pela política do "poucochinho"».
Adianta o STRUP que na reunião do passado dia 10 de Março, «ocultada do STRUP-Fentrans, pelo CA», este terá evoluído na proposta de actualização salarial, para 65 euros, «dizendo que com ela "estava no limite da sua capacidade financeira"». «Mas isto», acrescenta o sindicato, «já nos tinha dito a nós, na reunião em que evoluiu para os 60 euros», frisando que «não prescindirá de participar no processo de negociação».
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