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«Victor ou As Crianças no Poder», a peça dadaísta de Vitrac, estará no TeCA

Encenada por João Pedro Mamede, em exibição no Teatro Carlos Alberto, a peça da companhia Os Possessos transporta-nos a 1909 onde uma criança «terrivelmente inteligente» escalpeliza a ordem social, subverte a normas e expõe os podres de uma família burguesa. 

CréditosJorge Gonçalves / Facebook/Os Possessos

«Não espero nem mais um ano para ser adulto. Estou decidido a ser alguém e é já!», diz Victor num grito de afirmação que poderá ser visto (e revisto) a partir do próximo dia 10 de Abril no Teatro Carlos Alberto, no Porto.

Com a chancela da companhia de teatro Os Possessos, em coprodução com a Artistas Unidos, com a encenação de João Pedro Mamede e com André Pardal, Ana Amaral, António Simão, Catarina Rôlo Salgueiro, Inês Reis, Isabel Costa, Henrique Gil, Leonardo Garibaldi, Leonor Buescu, Mia Tomé e Rafael Gomes no elenco, a peça escrita por Roger Vitrac, estreada em 1929, impõe um ritmo frenético digno de um thriller social. 

Victor ou as Crianças no Poder aventura-se pelo dadaísmo e sob esse manto coloca uma criança a confrontar conformismo social da burguesia do pré-Grande Guerra, desafiando-o a cada afirmação. Situada a 12 de setembro de 1909, entre as oito e a meia-noite, no apartamento dos Paumelles, ao longo de três actos Victor expõe segredos, verdades e o desconforto de uma classe repleta de vícios.

O ritmo acutilante faz com que as duas horas de peça passem num ápice e a intensidade com que cada fala é entregue tem a capacidade de prender os espectadores. A trama agarra, as mentiras prendem e as verdade proferidas por Victor chocam. 

Escrito por Roger Vitrac, dramaturgo francês que participou no movimento surrealista e se associou a Antonin Artaud para fundar o Thêàtre Alfred-Jarry, Victor ou as Crianças no Poder, com o seu humor e tragédia, quebra o preconceito de estaticismo de que o teatro é alvo. 

Traduzido por Jorge Silva Melo, com a direcção técnica e desenho de luz de Diana dos Santos, sonoplastia de Tiago Raposinho, cenografia de Bruno Bogarim, figurino de Sara Loureiro, produção executiva de Joana Silva e assistência de encenação de Leonor Buecu, a peça estará em cena até 13 de Abril.
 

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