Não lembraria a ninguém obrigar os trabalhadores da sede da Auchan a comparecer ao trabalho num «sábado ou domingo, para “compensar” a “ausência”» no feriado da Sexta-feira Santa. É, afinal de contas, uma situação normal: nos feriados, os trabalhadores «têm o direito de ficar em casa sem ver a sua folga alterada», explica, pedagogicamente, em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN).
Por que razão considera, então, o patronato da Auchan que uma situação análoga já não se aplica aos trabalhadores das lojas e supermercados desta cadeia? No entender do sindicato, neste como noutros casos, exige-se que seja aplicado «exactamente o mesmo para os trabalhadores das lojas». Em causa está a decisão da empresa de encerrar no Domingo de Páscoa, 20 de Abril, fazendo passar a ideia de que está a fazer um favor aos trabalhadores enquanto, na verdade, os obriga a gastar uma folga nesse dia, sem se importar com quais sejam as suas vontades.
Ainda que o CESP seja «a favor do encerramento do comércio aos domingos e feriados, tal como a maioria dos trabalhadores», esse encerramento não «pode prejudicar» quem trabalha. A Auchan não pode, por e simplesmente, alterar o ciclo de folgas dos trabalhadores «para coincidir» com o dia em que decide encerrar.
Considerando que esta acção da Auchan, uma das grandes empresas em Portugal do sector da grande distribuição, constitui «uma alteração ilegal aos horários de trabalho na Páscoa». Depois de um protesto em Rio Tinto, no Porto, a dia 16 de Abril, o CESP convocou uma nova acção de denúncia em frente à loja da Auchan no Alma Shopping, em Coimbra, às 15h de dia 17.
O sindicato alerta ainda para a posição tomada pela administração da Auchan ao ignorar as minutas de recusa da alteração da folga na semana da Páscoa, entregues por «muitos trabalhadores», expondo a «postura arrogante» que caracteriza uma empresa que «insiste na ilegalidade».
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