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Administradores da CP fazem «inversão de marcha» nas matérias negociadas

A CP está a fazer «inversão de marcha» no que já estava negociado e entregue ao Governo, propondo agora aumentos quatro vezes inferiores ao acordado em 2024. Catorze sindicatos convocam greve para 7 e 8 de Maio.

CréditosAntónio Pedro Santos / Agência Lusa

A administração anterior da Comboios de Portugal (CP) deu o aval ao resultado das negociações efectuadas entre os sindicatos e a empresa pública, tratando subsequentemente de trancar o acordo numa «gaveta» ao qual «não deu seguimento», denunciou, em comunicado, a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN), logo após a primeira reunião negocial realizada em 2025. A actual administração alega «que ainda pretende ver os impactos» das propostas acordadas em Julho de 2024.

O relatório final fechado em 2024 estabelece novas grelhas salariais, algo que contou com a anuência de todas as partes, e coloca ao Governo «a necessidade de um aumento salarial extraordinário, com base na reposição das diferenças do Salário Mínimo Nacional (SMN) existentes em 2018» para fixar novos trabalhadores na CP.

Este acordo permitiria «aumentos salariais por trabalhador muito superiores aos apresentados» pela nova administração. Na reunião de 17 de Abril de 2025, a única proposta que a CP apresentou vai «no sentido de se alterar as conclusões das medidas do relatório», alertam, em comunicado conjunto, 14 organizações sindicais de diferentes carreiras e sectores da empresa (responsáveis pelo pré-aviso de greve para 7 e 8 de Maio).

«O que a administração da CP agora propõe é a redução quatro vezes inferior às soluções que acordou com os sindicatos»

Nas propostas avançadas a 17 de Abril, a CP remeteu «a reposição da diferença com o SMN de 2018, prevista para 1 de Janeiro deste ano», para para 1 de Julho, «deduzindo os 34 euros do acto de gestão que a administração decidiu» unilateralmente. Ficaria ainda sem efeito o aumento de 4% que estava agendado para o segundo semestre de 2025.

A empresa pública também confirmou que apenas manteria a redução dos tempos de permanência em cada grau da grelha indiciária (tabela remuneratória) com «efeitos ao início do ano». A resposta dos trabalhadores e dos seus sindicatos é unânime: «vamos lutar para valorizar os salários, através da reestruturação das tabelas salariais, tendo por base o distanciamento relativamente ao salário mínimo nacional».

Para além das 14 estruturas sindicais a subscrever o pré-aviso de greve para 7 e 8 de Maio (ASCEF, ASSIFECO, Fectrans/CGTP, FENTCOP, SINAFE/UGT, SINDEFER, SINFA, SINFB, SINTTI, SIOFA, SNAQ, SNTSF/CGTP, STF e STMEFE), também o Sindicato dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ) convocou greve ao trabalho suplementar de 7 a 14 de Maio e paralisação total nos dias 8 e 9 desse mês (afectando ainda o normal funcionamento da CP nos dias 7 e 10).

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