É um programa de aposta na diversidade de estilos e gerações do jazz. O Festival decorre no Auditório Municipal, a principal sala de espectáculos do concelho, que desde a primeira hora constitui o centro do evento. A sala abriu as portas esta sexta-feira, teve o segundo dia ontem e decorrerá ainda nos dias 26, 27, 28 e 29 de Outubro.
Na primeira noite do SeixalJazz, o concerto de abertura foi o do argentino Dino Saluzzi, grande figura da música de fusão, onde se encontram as harmonias e ritmos do jazz com as da música tradicional e do tango com a música erudita. Ontem, o Festival recebeu a norueguesa Mette Henriette, considerada a intérprete revelação de 2015. A sua música apresenta paisagens sonoras, com ambientes de algum modo noturnos ou minimais, lembrando a tensão rítmica mais demorada em que se prolonga a arte dos grandes compositores de bandas sonoras.
Na próxima semana pode ouvir Gonçalo Marques Quinteto, Hugo Carvalhais Grand Valis, Ricardo Toscano Quarteto e Colin Stetson.
O trompetista Gonçalo Marques tem CD novo e vai mostrar a música que nele está gravada na quarta-feira, 26 de Outubro. Ao seu lado estarão alguns dos maiores nomes da nova geração do jazz português – João Guimarães (saxofone alto), José Pedro Coelho (saxofone tenor), Demian Cabaud (contrabaixo) e Marcos Cavaleiro (bateria), todos eles sediados no Porto e associados do colectivo Porta-Jazz.
A 27, quem gostou do Grand Valis de Hugo Carvalhais, outro músico portuense, terá a oportunidade de assistir ao vivo à misteriosa música dessa internacionalmente muito aplaudida edição da Clean Feed. Carvalhais contará com as participações de Dominique Pifarély (violino), Gabriel Pinto (teclados) e Mário Costa (bateria, percussão, electrónica).
Ricardo Toscano Quarteto actua na sexta, 28, com um repertório de versões de temas de nomes históricos como John Coltrane ou Ornette Coleman e do património do hard bop. O quarteto integra João Pedro Coelho (piano), Romeu Tristão (contrabaixo) e João Pereira (bateria), como habitualmente.
A conclusão do SeixalJazz de 2016, em solo absoluto, faz-se no dia 29 com outro músico que tem entusiasmado quem aprecia o jazz, o norte-americano Colin Stetson. Virtuoso desse difícil instrumento que é o saxofone baixo, a sua actividade divide-se entre uma dedicação à música improvisada e colaborações com luminárias e grupos de pop e rock como Tom Waits, Laurie Anderson, Animal Collective, LCD Soundsystem, Chemical Brothers e TV on the Radio.
Formar públicos para o jazz
Segundo o site do evento, o Festival nasceu com a preocupação de formar públicos para o jazz e inclui a iniciativa «O SeixalJazz Vai à Escola», dirigida a alunos do 2.º e 3.º ciclos do concelho. O projeto de índole pedagógica divulga e forma para o jazz através de diferentes abordagens, que passam pelo conhecimento da sua história, influências político-sociais, estilos e tendências ao longo do seu percurso e o conceito de improvisação que o caracteriza.
O projeto é assinalado com a iniciativa «A Escola Vai ao Jazz», concerto em que as escolas participantes se deslocam ao Auditório Municipal para a um concerto comentado com a música de Gonçalo Marques, que integra o programa do festival.
Como tem acontecido em edições anteriores, o SeixalJazz permite a aquisição de fotografias dos concertos, dando ainda a oportunidade ao público de conhecer pessoalmente os músicos, com cada actuação a incluir uma sessão de autógrafos. O SeixalJazz acolhe igualmente um espaço dedicado à venda de discos dos músicos que actuam no Festival, entre outros nomes incontornáveis da actualidade e da história deste estilo musical.
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