A libertação de Alepo Oriental foi concluída

O Exército sírio controla inteiramente os bairros de Alepo Oriental, revelou hoje, em comunicado, o Centro russo para a Reconciliação na Síria. Na AR, o PCP apresentou uma declaração de voto em que denuncia a guerra de agressão contra o país árabe.

Autocarros do Governo sírio evacuam pessoas de Alepo Oriental (Síria, 16 de Dezembro de 2016)
Créditos / SANA

«A operação do Exército sírio destinada a libertar os bairros orientais de Alepo controlados por combatentes extremistas terminou. As forças governamentais sírias eliminam bolsas isoladas de resistência», informou, esta sexta-feira, o Centro russo para a Reconciliação na Síria (CRS) num comunicado.

O texto acrescenta que mais de 9500 pessoas – incluindo 4500 «rebeldes» e 337 feridos – foram retiradas daquela zona da cidade desde que o CRS lançou uma operação de evacuação, na quinta-feira, sob a supervisão do Comité Internacional da Cruz Vermelha, informam a RT e a HispanTV.

O CRS afirma que saíram de Alepo Oriental todos aqueles que assim o desejaram, tal como foi sublinhado pelo último grupo de pessoas evacuadas. Neste sentido, o CRS considera «concluída a operação de evacuação dos militantes e suas famílias», que decorreu sob a segurança proporcionada pelas autoridades sírias.

Em todo o caso, o texto reconhece a existência de «grupos de combatentes radicais», que se recusaram a sair de Alepo Oriental e «continuam a disparar contra as tropas sírias» nalgumas áreas.

Terroristas violam termos do acordo

Também hoje, diversos órgãos de comunicação fizeram eco da violação, por parte dos militantes extremistas, do acordo que tinham alcançado com as autoridades sírias para a sua evacuação da cidade de Alepo.

Citando uma fonte militar síria, a RT refere que os «rebeldes» tentaram levar com eles armamento pesado, bem como reféns que tinham em seu poder – algo que não lhes é permitido nos termos do acordo previamente estabelecido com o Governo sírio.

A agência SANA indica ainda que um grupo de terroristas disparou sobre os autocarros e automóveis que estavam a evacuar pessoas na passagem de al-Ramouseh, obrigando o Crescente Vermelho sírio e o Comité Internacional da Cruz Vermelha – que têm estado a supervisionar o processo – a retirar do local todas as viaturas destinadas à evacuação.


«O que está acontecer em Alepo é a libertação da cidade»

A Assembleia da República aprovou, esta sexta-feira, um voto de repúdio «pelos bombardeamentos e os crimes contra as populações na cidade de Alepo, na Síria», apresentado pelo Bloco de Esquerda.

O PCP posicionou-se contra e apresentou uma declaração de voto na qual sublinha que, «coerentemente e da mesma forma que o fez relativamente às guerras de agressão contra o Iraque e a Líbia e os seus povos […], desde o primeiro momento denunciou e condenou a guerra de agressão que se abateu sobre a República Árabe Síria e o povo sírio, com o seu cortejo de hediondos crimes, brutais violações dos direitos humanos, morte, sofrimento e destruição».

Neste sentido e «porque é solidário com a resistência da Síria e do seu povo em defesa da sua soberania e integridade territorial da sua pátria face a uma criminosa agressão», o PCP «não é conivente, nem é cúmplice, com os agressores e as suas monstruosas criações», lê-se no texto.

Para os comunistas, «equiparar a acção agressiva dos Estados Unidos, da NATO, das grandes potências da União Europeia e seus aliados à postura de outros países que se posicionam, agem e articulam no plano internacional no respeito da Carta das Nações Unidas e apoiam povos e Estados vítimas do bloqueio, desestabilização e agressão, seria fazer o jogo dos verdadeiros agressores, branqueando os seus crimes e responsabilidades».

«O que está acontecer em Alepo é a libertação da cidade e dos seus habitantes dos grupos terroristas que há anos, apoiados e suportados pelos EUA e seus aliados, os utilizam para alcançar os seus objectivos», afirma o PCP, salientando que «a corajosa resistência da Síria e do seu povo exige não a vergonhosa associação ou a conveniência com as campanhas que visam branquear a agressão levada a cabo pelos Estados Unidos e seus aliados, mas a solidariedade de todos os que defendem os direitos do povo sírio e a paz».

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