De acordo com informação disponibilizada pelo Metropolitano de Lisboa, o novo regime de percursos alternados na Linha Azul (Santa Apolónia/Reboleira) estará em vigor diariamente entre as 7h30 e as 10h, até ao próximo dia 16 de Julho.
À semelhança do modelo de circulação existente na Linha Amarela (Odivelas/Rato), haverá comboios que circularão apenas entre Santa Apolónia e Pontinha, enquanto outros farão o circuito completo (Santa Apolónia/Reboleira).
O Metro justifica a decisão no âmbito da «recuperação progressiva dos níveis de eficiência e da qualidade», e defende que o objectivo é «fazer um ajuste da oferta à procura, numa lógica de optimização dos recursos e frota disponíveis».
A CUTL classifica a argumentação de «hipócrita» e acrescenta que «devagar, devagarinho, o Metro vai fazendo as alterações mais convenientes à sua gestão destruidora dos transportes públicos». Realça ainda que a decisão de concentrar a redução na oferta, nas horas de ponta, no concelho da Amadora, é «inaceitável» e «fortemente penalizadora dos utentes e da sua mobilidade».
A comissão de utentes informa que brevemente irá convocar um protesto junto do Metro de Lisboa devido «a mais um atropelo à mobilidade dos utentes».
Uma decisão que lesa o serviço público
Numa nota à comunicação social, a Comissão de Trabalhadores (CT) do Metro de Lisboa afirma que a medida, além de lesar o bom serviço público de transporte, é desnecessária e não resolve nenhum dos problemas fundamentais da empresa.
«Recordamos que a empresa necessita, e com urgência, que sejam disponibilizadas as verbas que possibilitem a aquisição dos diversos componentes fundamentais à manutenção do nosso material circulante e sistemas de bilhética, bem como a disponibilização de verbas para garantir a manutenção das nossas estações, escadas mecânicas e elevadores», lê-se no texto.
Simultaneamente, os trabalhadores alertam para a necessidade de se recrutarem os profissionais necessários, que foram prometidos pelo Governo em Abril do ano passado, de modo a garantir a formação de maquinistas, a manutenção de material circulante e o guarnecimento das estações.
«Apresentámos alternativas»
A falta de material circulante foi a justificação dada pela empresa para a aplicação desta «drástica redução do serviço público», à hora de ponta da manhã. A CT e os diversos sindicatos do Metro fundamentam, no entanto, que a medida é desnecessária, injustificada e tendencialmente irá ainda agravar mais o serviço público de passageiros.
Por outro lado, esclarecem que foram apresentadas alternativas à decisão tomada tomada pela empresa. «Por iniciativa do Sindicato dos Trabalhadores da Tracção do Metropolitano de Lisboa (STTM), subscrita pela CT e demais associações sindicais do Metro, foram elaboradas e apresentadas, há mais de duas semanas, propostas de horários alternativos aos que a empresa agora aplicou, mantendo todo o percurso da Linha Azul, durante todo o dia, com os mesmos comboios disponíveis».
Obras em Arroios adiadas para o Verão
As obras na estação de Arroios têm motivado várias lutas por parte da CUTL. A última aconteceu no dia 14 de Março para denunciar o incumprimento do primeiro-ministro, que no debate quinzenal de 27 de Janeiro prometeu que as obras de requalificação desta estação, que possibilitariam circular com seis carruagens, começariam em Fevereiro.
«Temos neste momento investimentos previstos de 30 milhões de euros no Metro de Lisboa para recuperar os danos sofridos ao longo de quatro anos de desinvestimento, começando desde já, designadamente, com o alargamento e as obras na estação de Arroios, que é essencial para que a Linha Verde volte a ter seis composições, e a obra arrancará já no próximo mês de Fevereiro», referiu então António Costa.
Porém, a intervenção acabaria por ser novamente adiada para o mês de Julho. De modo a compensar o atraso, os utentes exigem que seja imediatamente reposta a quarta carruagem na Linha Verde.
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