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Greve geral na PT/MEO dia 21 de Julho

Os trabalhadores da PT/MEO convocaram uma greve geral para dia 21 de Julho. Estão em luta contra a destruição de postos de trabalho na PT Portugal, nomeadamente no que diz respeito às «transmissões de estabelecimento» promovidas pela Altice.

Edifício PT/Meo em Picoas, Lisboa. A Altice comprou a PT Telecom em 2015.
Créditos / CC BY-SA 3.0

A comissão de trabalhadores e vário sindicatos representativos dos profissionais da PT/MEO marcaram greve para o dia 21 de Julho, com concentrações em frente aos principais edifícios da PT – de que são exemplo o Edifício Picoas (Lisboa), o Edifício Tenente Valadim (Porto), o Edifício Calhabé (Coimbra) e o Edifício PT no Funchal.

Estão ainda convocadas outras iniciativas. Hoje decorreu uma concentração de activistas em frente ao Ministério do Trabalho, e estão ainda marcadas outras concentrações para os dias 10, 12, 14, 18, 19 e 20, em Lisboa, alternadamente em frente ao Ministério do Trabalho e ao Edifício Picoas.

Estão ainda previstos plenários dia 10 de Julho, no Edifício Tenente Valadim, no Porto, dia 12 de Julho, no Edíficio Fórum Picoas, em Lisboa, dia 14 de Julho, no Edifício PT, em Coimbra, e dia 17 de Julho, no Edifício Largo do Carmo, no Algarve.

Os trabalhadores lutam contra a transferência para outras empresas do grupo Altice e parceiros. «Todos os trabalhadores da PT Portugal, ontem uns, amanhã outros, estão confrontados com o maior ataque já visto aos seus direitos e respectivos postos de trabalho», refere um comunicado conjunto da comissão de trabalhadores e dos sindicatos.

A 30 de Junho, a PT Portugal anunciou internamente que iria transferir 118 funcionários para empresas do grupo Altice e Visabeira, esta última parceira histórica da operadora de telecomunicações, cujo processo estará concluído no final deste mês.

No início do mês passado, a operadora já tinha anunciado a transferência de 37 trabalhadores da área informática da PT Portugal para a Winprovit.

Além do pré-aviso de greve conjunto com os restantes sindicatos, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT/CGTP-IN) entregou ainda um relativo à empresa Winprovit, também para dia 21.

Consequências previstas das «transmissões»

A venda da Portugal Telecom à francesa Altice, em 2015, foi contestada pelos trabalhadores da empresa e tem trazido várias consequências.

Num comunicado recente, o SNTCT afirmava que são discutíveis alguns dos pressupostos em que a empresa se baseia para justificar as transferências de estabelecimentos, «havendo a preocupação de que estas “transmissões” para empresas de muito menor dimensão que a PT e de discutível sustentabilidade financeira futura não sejam mais do que o planeamento de despedimentos a curto prazo».

Relativamente à transmissão de trabalhadores para a Winprovit, o sindicato denunciava que estes só vão ficar com o posto de trabalho garantido durante três anos (apesar de o contrato de prestação de serviços com a PT/MEO ser de cinco anos). Lembrou ainda que, no passado, um grupo de trabalhadores da PT saiu para a IBM, com quem a empresa firmou um contrato de prestação de serviços por dez anos, mas, ao fim de um ano e meio, ficaram desempregados.

Ao que o AbrilAbril apurou junto de fonte sindical, estão em causa nestas transferências o prémio de aposentação, o acesso aos planos de saúde da PT, que seria vitalício caso permanecessem na empresa, e, em alguns casos, complementos de reforma, entre outros direitos conseguidos através da negociação colectiva.

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