Os deputados debateram o estado da Nação com o Governo ao longo de mais de quatro horas. É o primeiro debate depois das eleições legislativas de Outubro, em que PSD e CDS-PP foram derrotados, após quatro anos e meio de governo.
Na abertura, o primeiro-ministro destacou um conjunto de medidas que assumiram forma com a solução política encontrada nas posições conjuntas do PS com o PCP, BE e PEV: recuperação de rendimentos, redução da taxa máxima de IMI, reforço de apoios sociais ou manuais escolares gratuitos no 1.º ano do Ensino Básico. António Costa repetiu que não haverá plano B ou medidas adicionais.
O secretário-geral do PCP lembrou Costa que os «constrangimentos impostos pelo Euro e outros instrumentos de submissão nacional» permanecem, assim como a «dívida sufocante e bloqueios vários associados à política de direita de décadas». Para Jerónimo de Sousa, é necessário superar os «graves problemas que permanecem», nomeadamente por «década e meia de crescimento anémico e ciclos recessivos, debilidades estruturais, políticas de exploração do trabalho agravadas, desigualdades sociais crescentes».
O debate começou ao mesmo tempo que a Comissão Europeia anunciava a decisão sobre a aplicação de sanções a Portugal. O tema marcou parte do debate, com Catarina Martins (BE) a lembrar que «PSD e CDS-PP fizeram muito mal ao país». «As suas contas nunca bateram certo», e por isso foram derrotados nas últimas legislativas.
O presidente do grupo parlamentar do PS criticou os dois partidos por «não terem cumprido a palavra quando governaram». Carlos César lembrou a «pesada herança» de PSD e CDS-PP, tal como Heloísa Apolónia, que deixou fortes críticas à antiga titular das Finanças, Maria Luís Albuquerque (PSD). «O que está a dizer é que sacava logo de mais um pacote de austeridade», acusou a parlamentar de «Os Verdes».
À direita foi palpável o azedume para com os resultados eleitorais e a nova composição parlamentar. Passos Coelho (PSD) lembrou que estava disponível a oferecer lugares a António Costa para permanecer no Governo e manter a política de empobrecimento, enquanto Assunção Cristas (CDS) tentou provar que o País está pior que quando estava no governo através de cartazes.
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