Durante seis meses, seguranças privados vão assegurar a fiscalização dos títulos de transporte na Carris, além dos actuais 37 trabalhadores da empresa pública. A empresa privada 2045 foi a vencedora do concurso público.
Em declarações ao DN, a Carris justificou a decisão afirmando que, «no plano interno, não existem recursos humanos que possam fazer face à necessidade do serviço», tendo por isso recorrido à prestação de serviços.
Num comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP/CGTP-IN) reagiu e considerou a entrega a privados da fiscalização como «inaceitável».
«Se entre os trabalhadores da Carris não há possibilidade de reconversão profissional para garantir este serviço, que sejam contratados trabalhadores directamente para a Carris», afirmou. O porquê da empresa ter meios para contratar privados mas não trabalhadores próprios é uma questão que fica no ar.
Municipalização abre portas a privados
O STRUP aponta ainda que a privatização de um sector da empresa, introduzindo mais precariedade, «deixará sempre a porta aberta a que hoje seja a fiscalização, amanhã seja outro e depois mais um…até que não haja mais nada para privatizar».
Uma possibilidade, visto que a norma travão proposta pelo PCP foi chumbada. Outra solução avançada à altura foi a integração da Carris num sistema conjugado e articulado de transportes, ao nível de toda a Área Metropolitana de Lisboa, com uma gestão pública, defendida pelo STRUP.
O sindicato afirma ainda ter alertado «para os perigos que a municipalização poderia acarretar (...), entre eles a privatização de sectores da empresa», conforme veio a acontecer em muitos municípios, com várias empresas pública a serem entregues a privados.
A 1 de Fevereiro de 2017, a gestão da Carris passou para a alçada da Câmara de Lisboa, por vontade do Governo e de Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
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