Iniciada na quinta-feira às 8h, durante dois dias, os enfermeiros estiveram em greve pela «valorização e dignificação» das suas carreiras. O protesto foi convocado pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN).
«O balanço em termos de adesão à greve foi muito positivo, neste segundo dia subiu ligeiramente, e o balanço global situa-se nos 69%. Em relação aos objetivos, atingimos alguns, quer no caminho para a greve, quer no decurso desta», afirmou Guadalupe Simões, dirigente do SEP.
Entre as várias vitórias, está a publicação da lei que consagra a passagem para as 35 horas de todos os enfermeiros com contrato individual, a partir de 1 de Julho, a publicação do suplemento remuneratório para especialistas, a assinatura do protocolo negocial de revisão da carreira de enfermagem e o recuo na intenção de diminuir as competências das Unidades de Cuidados na Comunidade.
Segundo a dirigente, na sexta-feira foi enviada uma carta a pedir uma reunião urgente com o Governo para discutir um plano de contratação de profissionais e para resolver o pagamento das horas extraordinárias em dívida aos enfermeiros. Sem mais admissões, acrescenta, os problemas não se revolvem.
Greve contra estado de ruptura na Saúde
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) está «numa situação caótica», afirmam os profissionais, sendo a falta de meios e de pessoal uma das razões apontadas pelo SEP. A evidente carência de enfermeiros pode colocar em risco a saúde dos doentes, afirma a estrutura, pois os profissionais estão exaustos e a trabalhar sobrecarregados.
Os enfermeiros apresentaram 15 pontos «aos quais o Ministério da Saúde tem que dar resposta imediata». Entre as reivindicações, é exigida a contratação imediata de 500 enfermeiros e de mais mil enfermeiros nos próximos meses, a única solução de fundo que resolve o problema mencionado e a questão das milhares horas extraordinárias por pagar, que «vão continuar a crescer até que sejam abertos novos concursos de admissão».
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