Os enfermeiros vão assinalar o Dia Internacional dos Enfermeiros, no sábado, com o agendamento de greves, concentrações e plenários em vários hospitais do país em Maio e Junho, para exigir a contratação profissionais, anunciou hoje o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN).
«Todos os indicadores demonstram que as equipas de enfermagem estão com extremo desgaste físico e psicológico, cuja consequência é o aumento do absentismo, acidente ou doença profissional», salientou o SEP, em nota, alertando para uma «situação de pré-ruptura» na Saúde.
Em Maio, está marcada para dia 17 uma greve e concentração no Hospital de São João, no Porto, a 22 no Hospital Amadora-Sintra, a 24 no Centro Hospitalar Lisboa Norte, a 29 no Centro de Medicina Física e Reabilitação do Centro – Rovisco Pais e no dia 30 na Unidade Local de Saúde de Matosinhos.
Estão também marcadas greves em Junho no Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, no dia 1, no Hospital de Guimarães, entre 5 e 7, e na Unidade Local de Saúde do Alto Minho, entre 29 e 31. Na última semana do mês está marcada uma «acção nacional de luta».
O SEP, em declarações à Lusa, explica que as greves localizadas e de moldes diferentes resultam da «decisão dos enfermeiros» e da «necessidade de cada uma das instituições, porque o número de contratações não é igual para todos os hospitais e as realidades são completamente diferentes».
Problema arrasta-se há anos
Segundo o sindicato, «o protelamento, por parte do Governo, em apresentar soluções para os problemas (...) fundamenta o enorme descontentamento e insatisfação», e lembra que tem vindo «nos últimos anos a alertar para a necessidade da contratação de enfermeiros».
Além disso, é lembrado que o Ministério da Saúde assumiu um «compromisso, que está escrito e publicado, para implentar as 35 horas em Julho». A data foi imposta pelo Governo, na base de que seriam necessários seis meses para planificar a contratação de enfermeiros, mas «desde Outubro até agora só foram contratados 150 enfermeiros», o que é «muito insuficiente».
Privados saem beneficiados com problemas no SNS
No documento, o SEP afirma ainda que «a não-autorização para contratar profissionais de saúde (...) tem tido como consequência o aparecimento de listas de espera em instituições que tradicionalmente não as tinham ou seu aumento noutras. Um problema que tem passado pelo «envio de doentes para o sector privado, que "agradece"».
Para a primeira semana de Julho, está convocada uma «acção de luta nas parcerias público-privadas (PPP)» pela «harmonização de direitos e condições de trabalho, nomeadamente dos salários e das 35 horas semanais.
Com agência Lusa
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