O segundo dia consecutivo da greve dos caminhos de ferro em França regista a circulação de poucos comboios, restringindo a mobilidade de milhares de pessoas e pondo cada vez mais pressão contra as reformas defendidas pelo presidente Macron.
O sindicato da Sociedade Nacional dos Caminhos de ferro Franceses (SNCF) indicou hoje que os números da paralisação são semelhantes aos que se registaram ontem (primeiro dia de greve), atingindo os comboios de alta velocidade (TGV), as ligações de longo curso e as ligações regionais.
Verifica-se a paralisação de um em cada oito comboios que fazem ligação de longo curso e um em cada cinco comboios que efectuam viagens regionais ou urbanas. Nas viagens internacionais, verifica-se o cancelamento de todas as ligações entre França, Espanha, Suíça e Itália.
A reforma da SNCF apresentada pelo governo de Macron que, entre outras medidas, prevê a abertura de linhas ao sector privado, a retirada de direitos, o aumento da idade de reforma e o fim da estabilidade no emprego, está na base dos protestos organizados pelos ferroviários, prevendo-se que cumpram 36 períodos de greve até ao final do mês de Junho.
Para estes trabalhadores a proposta é uma porta aberta para a privatização do serviço público, apesar de o primeiro-ministro, Édouard Philippe, garantir que as reformas que o governo quer aplicar por decreto servirão «para sair de um statu quo insustentável» e fazer face à dívida da empresa. Já Gabriel Attal, porta-voz do La République en Marche!, deixou um aviso aos grevistas: «Temos de acabar com a cultura da greve».
O descontentamento face às políticas seguidas por Macron alastra-se a trabalhadores de outros sectores como a electricidade e o gás, que também estiveram em greve esta terça-feira contra a liberalização do sector e pela defesa de uma carreira para os trabalhadores.
Os trabalhadores da recolha do lixo também cumpriram um dia de greve, esta terça-feira. Exigem melhores condições de trabalho e o acesso à reforma antecipada por parte de todos os trabalhadores.
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