|Caso Skripal

Britânicos não deixam familiares contactarem com agente envenenado

O Reino Unido negou o visto para que a sobrinha de Sergei Skripal viajasse da Rússia até junto dos familiares envenenados, em Salisbury. Londres invoca razões políticas para impedir viagem.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou que a Rússia é responsável pelo envenenamento do seu espião, Sergei Skripal. O Supremo Tribunal de Justiça desmentiu-a. Na foto, a entrar num automóvel à porta da sua residência oficial, em Londres. 28 de Março de 2018
CréditosFacundo Arrizabalaga / EPA

Fonte do governo britânico disse à BBC que «o visto foi recusado porque a Rússia parece que quer utilizar Victoria [sobrinha de Skripal, que vive na Rússia] como um peão» e admitiu que por trás estiveram razões políticas, de acordo com a Lusa.

Oficialmente, o pedido feito junto do consulado do Reino Unido em Moscovo foi rejeitado por ter violado os regulamentos de imigração, o que a embaixada russa em Londres considera «uma decisão lamentável que causa intranquilidade». A nota oficial refere que seria lógico que o consulado britânico em Moscovo tivesse aconselhado Victoria Skripal a «cumprir as regras» e «não negar o visto».

Na sequência da recusa britânica, o embaixador russo em Londres, Alexandr Yakovenko, pediu hoje uma reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Boris Jonhson, para debater o caso Skripal.

Recorde-se que, para além do agente britânico, também a sua filha foi envenenada no início de Março com um agente nervoso, cuja proveniência o laboratório britânico de Porton Down não foi capaz de determinar. Yulia é cidadã russa, mas nem por isso foram permitidos os pedidos de contacto por parte das autoridades consulares russas por parte do Reino Unido.

A rejeição liminar do pedido de visto para Victoria Skripal é a mais recente atitude provocatória por parte de Londres, que desde meados de Março tem alimentado uma escalada, com expulsão de diplomatas russos por parte do Reino Unido e de países aliados (não se incluindo Portugal).

Ontem, o hospital de Salisbury onde Skripal permanece informou que o espião britânico está a recuperar e a «reagir bem ao tratamento». De acordo com várias fontes, o veneno que alegamente foi utilizado não tem antídoto e é várias vezes mais letal que outros agentes da sua família, como o Sarin.


Com Agência Lusa

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