|Évora

CTT: redução do horário ameaça imprensa regional

O Diário do Sul denuncia a imposição de condições de funcionamento por parte dos CTT que, além de incompatíveis com a actividade da imprensa local e regional, levam à perda de assinantes.

Os comunistas apelam ao Governo que assuma as suas responsabilidades e trave o caminho de degradação do serviço postal
Créditos / União dos Sindicatos de Évora (CGTP-IN)

Na denúncia endereçada ao PCP lê-se que as condições impostas dificilmente serão compatíveis com a manutenção da actividade da imprensa local e regional, nomeadamente pela redução de horários para a entrega dos jornais nos CTT de Évora, acrescendo ao aumento de custos do serviço de distribuição postal.

O Diário do Sul refere que a situação imposta pelos Correios, em Évora, exige que a entrega dos jornais na estação se faça até às 18h. A obrigação, lê-se numa nota do PCP, «é manifestamente incompatível com as condições de produção do jornal e cria dificuldades que dificilmente podem ser superadas sem consequências graves na sua actividade». 

Entre as consequências previstas está o risco de perda de assinantes porque, explica, apesar de ter vindo a adaptar-se às condições impostas pelos CTT, «cada vez mais difíceis para a produção e distribuição do jornal», os jornais «continuam chegar atrasados aos seus assinantes».

O PCP, que esta semana questionou o Governo no Parlamento sobre as medidas tomadas pelos CTT em Évora – designadamente a redução de horários e a subida dos preços, reitera que os resultados se devem à privatização dos Correios, de acordo com o previsto no memorando da troika, que foi assinado e colocado em prática pelo PS, PSD e CDS-PP.

«Com estas opções políticas, o País perdeu o serviço público postal e as populações – em particular do Interior – ficaram entregues à sua própria sorte perante uma empresa privada para quem os seus lucros estão acima dos direitos dos cidadãos, incluindo o direito à liberdade de imprensa», denunciam os comunistas.

A situação, sublinham, «é tanto mais inaceitável quando o Governo faz declarações proclamatórias sobre o desenvolvimento do Interior e do mundo rural», apesar de assistir «impávido e sereno» à destruição do serviço postal e de instrumentos de coesão territorial e social.

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