A greve europeia conjunta, convocada pelos sindicatos representativos dos tripulantes de cabine da Ryanair em Portugal, Espanha, Bélgica e Itália, está a levar ao cancelamento de grande parte dos voos programados para a manhã de hoje.
Dados divulgados às 9h30 apontam que só dois dos 22 voos previstos para esta quarta-feira no Aeroporto do Porto fizeram o seu percurso. Em Lisboa, seis viagens de dez foram canceladas e, em Faro, apenas três dos oito voos saíram.
No plano europeu, estima-se que a greve de dois dias leve ao cancelamento de mais de 600 voos. Os trabalhadores exigem a aplicação das leis nacionais laborais e o fim dos abusos e práticas de repressão Ryanair, entre os quais a violação do direito à greve, despedimentos retaliatórios ou processos disciplinares por não se atingirem quotas de venda a bordo ou por baixa médica.
Em declarações à Lusa, Bruno Fialho, do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), destacou que «ontem [terça-feira] houve a pior das situações ilegais: uma coação sobre os trabalhadores. Foi enviada uma carta ameaçando os mesmos de que se não fossem voar em dias de folga e que batiam nos dias da greve iriam ser despedidos».
«Isto em Portugal é crime e não sei o que o Governo português pretende fazer com todas as provas já apresentadas», acrescentou Bruno Fialho, que deixa ainda um apelo a este para que intervenha, pois «é quem tem todos os meios possíveis para solucionar e para terminar com estas situações de abuso».
ACT no terreno a acompanhar
Fonte oficial da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) indicou à Lusa que se «encontra a acompanhar a situação da greve convocada para os dias 25 e 26 de Julho e pronta a intervir, caso se revele necessário».
A Ryanair tem estado envolvida, em Portugal, numa polémica desde a greve dos tripulantes de cabine de bases portuguesas em Abril, por ter recorrido a trabalhadores de outras bases para minimizar o impacto da paralisação. Além de violar o direito à greve, a companhia low cost ameaçou ainda por telefone com despedimento quem não aceitasse a ordem.
Por essa razão, a ACT tem, «desde a semana passada, vindo a acompanhar esta situação e a desenvolver todos os passos necessários para identificar situações que possam, eventualmente, ferir a legalidade do nosso quadro constitucional do direito à greve», acrescentou.
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