|Vitórias Laborais

Olicargo: resistir e vencer o assédio patronal

Sete dias por semana, 24h por dia, divididos por 21 turnos. Os 30 trabalhadores da Olicargo, em regime de laboração contínua, cancelaram a greve na véspera, após cedência do patronato em várias das exigências.

Aplicam-se, na Olicargo, uma empresa de logística que presta serviços a diversas empresas, os versos do Sérgio Godinho: «Vi-te a trabalhar o dia inteiro/Muita força para pouco dinheiro». Os 30 trabalhadores desta empresa que prestam serviço, meste caso, à Continental Mabor (de fabrico e comercialização de pneus) exercem as suas funções em regime de laboração contínua, em 3 turnos diários rotativos, incluindo fins de semana.

A sua acção reivindicativa foi atribulada. Em luta por um aumento de 100 euros no salário base, os trabalhadores foram alvo de várias ilegalidades por parte da administração da empresa, incluindo a substituição em greve por trabalhadores com vínculo precário; trabalhadores obrigados a trabalhar 16 horas por dia e um «corte de 23% no prémio mensal» a quem participou nas greves, denunciou ao AbrilAbril, Fernando Costa, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte (SITE Norte/CGTP-IN).

O SITE Norte já apresentou a informação sobre todas estas práticas, consideradas ilegais pelo Código do Trabalho, à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT).

Em véspera do início de um novo período de greve, que paralisaria a actividade entre 3 e 7 de Abril, a administração da Olicargo informou os trabalhadores e o seu sindicato sobre a sua repentina disponibilidade para aceitar, em parte, as reivindicações das forças laborais. Os trabalhadores aceitaram o acordo e desconvocaram a acção de luta.

Este resultado, ainda que aquém do que era justo para os trabalhadores, é «fruto da sua luta», que nos últimos tempos incluiu «vários plenários, 3 reuniões com a empresa, sem esquecer as greves, que estes trabalhadores fizeram sempre de cabeça erguida». A Olicargo vai «aumentar o salário base em 75 euros», no imediato (com a perspectiva de aumentar esse valor após reunião com a Continental Mabor) e assume o príncipio de «que o salário destes trabalhadores em 2028 esteja 200 euros acima do Salário Mínimo Nacional».

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