Na sua conta de Twitter, Donald Trump, classificou esta terça-feira as sanções ontem repostas ao Irão como «as mais dolorosas alguma vez impostas», avisando que em Novembro elas passam para «outro nível».
«Quem quer que faça negócios com o Irão não fará negócios com os Estados Unidos. Estou a pedir a paz mundial, nada menos!», escreveu ainda o chefe de Estado a propósito das restrições que haviam sido levantadas pelos EUA na sequência da assinatura do acordo nuclear de 2015 e que entraram em vigor novamente.
As sanções afectam sobretudo as exportações do sector automóvel e o comércio de ouro e de outros metais preciosos do país persa. Para além disso, as empresas norte-americanas deixam de ser autorizadas a importar tapetes e alimentos do Irão, segundo referem a Prensa Latina e a HispanTV.
Pressionar para vergar
Já depois de concretizada a saída dos EUA, no dia 8 de Maio, do Plano de Acção Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), que foi subscrito em 2015 pelo Irão e pelo Grupo 5+1 (os cinco membros com assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas – EUA, Reino Unido, França, Rússia e China – e a Alemanha), o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, deixou clara a abordagem do seu país relativamente ao Irão: aumentar a pressão financeira e impor-lhe as «sanções mais fortes de sempre», caso Teerão se recuse a aceitar as exigências feitas ao nível da sua política interna e externa.
De acordo com Pompeo, Teerão terá de abandonar a título definitivo qualquer programa relacionado com actividade nuclear, renegociando o acordo como Washington entende, e terá de alterar a política externa regional, na medida em que os EUA – e o seu amigo Israel – considera o Irão uma amaeaça aos seus interesses no Médio Oriente.
Nos termos do acordo firmado em Julho de 2015, o Irão pode desenvolver o seu projecto nuclear com fins pacíficos e enriquecer urânio até 3,67%, sendo o excedente enviado para a Rússia.
Em pelo menos dez ocasiões, especialistas da Organização Internacional de Energia Atómica confirmaram que Teerão respeita o que está estipulado no acordo. No entanto, Donald Trump ameaçou sair do acordo praticamente desde que chegou à Casa Branca, considerando que subscrever o JCPOA foi «o pior que os EUA podiam ter feito».
Rouhani destaca apoio da Rússia e da China
Em declarações transmitidas pela TV iraniana, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, sublinhou o apoio da China e da Rússia face à reposição de sanções por parte dos EUA.
A China, um dos signatários do acordo, tornou-se o maior parceiro comercial do Irão, enquanto a Rússia reafirmou os compromissos que tem com o país, disse Rouhani, que considera que o diálogo com Washington não tem sentido enquanto as sanções forem aplicadas.
Entretanto, a União Europeia (UE) anunciou ontem a entrada em vigor de nova legislação para proteger as empresas europeias no Irão, de modo a diminuir o efeito das sanções norte-americanas contra o país.
Num comunicado conjunto, a chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini, e os ministros dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, da França e da Alemanha afirmaram estar «determinados a proteger os operadores económicos europeus envolvidos em negócios legítimos com o Irão», indica a Prensa Latina.
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