A mobilização na capital argentina, bastante participada, foi convocada pelas organizações que integram a Frente de Lucha Piquetero, tendo como pontos fundamentais a denúncia da fome e da repressão, bem como a exigência da entrega de alimentos a mais de 40 mil refeitórios populares que são mantidos por associações de bairro e movimentos sociais em todo o país austral.
Eduardo Belliboni, dirigente nacional do Polo Obrero, destacou a grande dimensão da marcha, afirmando que «más de 10 mil companheiros e companheiras da Frente de Lucha Piquetero e do Polo Obrero marcharam pela Avenida de Maio e pela 9 de Julho».
As organizações convocantes criticam o actual executivo por ter levado a cabo cortes nas políticas de apoio social num quadro de aumento da pobreza e da miséria, na sequência das medidas implementadas pelo governo e da «estrepitosa queda da actividade económica», refere a Prensa Obrera.
Em comunicado, os organizadores afirmam que, «apesar de oito resoluções judiciais contra o Ministério [do Capital Humano] de [Sandra] Pettovello, a ministra não entregou nem um só quilo de alimentos às dezenas de milhares de refeitórios populares, nos quais cresce a procura de alimentos porque Milei criou um milhão de novos pobres e fez aumentar a miséria até 18% da população».
A Frente denuncia que a actualização das verbas dos programas sociais se mantém congelada, num contexto de inflação interanual de 193%, levando a que centenas de milhares de trabalhadores precários subsistam com baixos rendimentos e com limitado poder de compra.
Também se referiu à eliminação ou redução de diversos outros apoios sociais para as camadas mais desfavorecidas e destacou o modo como isso está a afectar o acesso aos cuidados de saúde, sendo que mais de um milhão de pessoas deixaram de os receber, com alguns beneficiários, com doenças oncológicas, em perigo de vida.
A manifestação prolongou-se por várias horas no centro de Buenos Aires, desde o Congresso Nacional até à sede do Ministério do Capital Humano, com os participantes atrás de uma grande faixa em que se lia «Milei é fome».
Os manifestantes acusaram o governo de «atacar os desempregados e camadas mais desfavorecidas» e, ao mesmo tempo, «beneficiar os grandes capitalistas e amigos do poder».
Junto ao ministério dirigido por Sandra Pettovello, as organizações convocantes solicitaram uma reunião para debater diversas questões, mas nenhum funcionário governamental se prontificou a receber os seus representantes ou a receber as suas reclamações, indica a TeleSur.
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