As negociações sobre a reforma educativa entre o governo mexicano e a Coordenadora Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) vão prosseguir no dia 26, dando sequência às mesas de negociação recentes, em que as partes em conflito abordaram questões de natureza política, educativa e social.
No final da reunião de ontem, o governo apelou aos docentes para que participem no debate proposto pela Secretaria de Educação Pública (SEP), mas os dirigentes sindicais insistem que a questão fundamental passa pelo fim da reforma educativa. Enrique Enríquez, dirigente da secção 9 da CNTE, qualificou mesmo a proposta apresentada pela SEP como «um fracasso», informa a Prensa Latina.
Recorde-se que, em Maio deste ano, os professores retomaram as acções de protesto contra a reforma educativa promulgada pelo governo do presidente Peña Nieto em 2013, considerando que desvaloriza e precariza o trabalho docente, e põe em causa o sistema público de ensino.
Agressões em Chiapas
Na quarta-feira, cerca de 200 pessoas armadas com paus, machetes e armas de fogo atacaram docentes, estudantes e outras pessoas que bloqueavam uma estrada desde o dia 27 de Junho, no estado de Chiapas, para exigir o fim da reforma educativa. Os agressores estavam acompanhados por polícias municipais e estatais, que permitiram o ataque, revela a Telesur.
Passadas 24 horas, a CNTE exigiu o desmantelamento destes grupos de choque e civis armados, e lançou duras críticas ao governo federal, acusando-o de funcionar com uma «linguagem dupla»: por um lado, mantém-se nas mesas de negociação; por outro, financia paramilitares e grupos de choque para reprimir os professores em luta, procurando passar a ideia de que estes já não contam com o apoio da população.
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