O filme, que já havia recebido o prémio especial do júri da secção Un Certain Regard no Festival de Cannes, ganhou ainda a distinção por melhor fotografia.
O 22.º Festival de Cinema de Lima contou ainda com a presença de outro português – o produtor Paulo Branco – enquanto homenageado.
A produtora portuguesa Karõ Filmes realçou, em comunicado, que «Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos irá ser exibido em dezenas de festivais internacionais nos próximos meses» e tem estreia comercial em Portugal, França e Brasil prevista para o primeiro trimestre do próximo ano.
O filme foi rodado durante nove meses, em 16 mm, sem equipa, na aldeia Pedra Branca, no estado de Tocantins, no Brasil.
«Não há espíritos ou cobras esta noite e a floresta em redor da aldeia está sossegada. Ihjãc, de 15 anos, tem pesadelos desde que perdeu o pai. É um Krahô indígena do Norte do Brasil. Ihjãc caminha pela escuridão, o seu corpo suado move-se com receio. Um cântico distante atravessa as palmeiras. A voz de seu pai chama por ele através da cascata: é hora de organizar o festim funerário para que o espírito possa partir para a aldeia dos mortos. O luto deve cessar», pode ler-se na sinopse disponibilizada pelo Festival de Cannes.
O texto acrescenta: «Negando o seu dever e para poder escapar ao processo crucial de se tornar um xamã, Ihjãc foge para a cidade. Longe do seu povo e da sua cultura, enfrenta a realidade de ser um indígena no Brasil contemporâneo.»
Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos foi produzido por Ricardo Alves Jr. e Thiago Macêdo Correia, da produtora Entre Filmes, sediada em Minas Gerais (Brasil), em co-produção com a portuguesa Karõ Filmes e com a Material Bruto, de São Paulo.
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