Segundo declarações de Rogério Silva, dirigente da Fiequimetal (CGTP-IN), feitas esta manhã ao Dinheiro Vivo, o plenário realizado hoje reafirmou a greve convocada para o dia 30 de Agosto e o ambiente «é propício a uma grande adesão e dificilmente haverá alteração».
O dirigente sindical acrescenta que o plenário também serviu para «exigir que a administração proponha horários de trabalho diferentes». Para esta tarde está previsto um segundo plenário, entre as 15h30 e as 17h.
Rogério Silva afirmou ainda, em declarações divulgadas pela TSF, que a desconvocação da greve depende da administração da empresa, do facto de poder «deixar cair estes horários de trabalho que pretende impor», por um lado, e por outro pela apresentação de uma alternativa «que sirva os interesses dos trabalhadores e, logo, os interesses da empresa».
O pré-aviso de greve do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Ambiente do Sul (SITE Sul/ CGTP-IN), dá conta de que a greve é contra a alteração e agravamento dos horários de trabalho, contra a obrigatoriedade de trabalhar ao sábado, pelo direito à conciliação da vida familiar com a vida profissional, pelo direito a uma vida laboral que preserve a saúde e por outra solução de horários, «que salvaguarde os interesses dos trabalhadores».
Na sequência do referendo de 18 de Julho, onde 75% dos trabalhadores rejeitaram a proposta da administração, os trabalhadores demonstram manter a rejeição dos horários de trabalho que a empresa pretende impor. Para dar resposta à fabricação do T-Roc, o novo veículo utilitário desportivo da Volkswagen, a administração quer que a fábrica passe a funcionar em 18 turnos, seis dias por semana, a partir de Fevereiro, e que os trabalhadores passem a laborar entre segunda-feira e sábado, com obrigatoriedade de trabalhar ao sábado, durante dois anos.
Segundo a TSF, Rogério Silva afirmou que estes horários «têm uma enorme rotatividade» e que vão contribuir «negativamente» para a saúde dos trabalhadores, potenciando «o crescimento de doenças profissionais», que já existem em grande quantidade na empresa. Acrescentou que «vão potenciar aumento de absentismo» e vão «prejudicar a produtividade», rematando que «é mau para os trabalhadores, logo, é mau para a empresa». Para os trabalhadores está em causa a desregulação da sua vida pessoal e familiar e o sindicato já se demonstrou disponível para encontrar soluções e para dialogar.
Perante a ameaça de deslocalização de partes da produção do novo modelo, afirmada em entrevista ao Jornal de Negócios, pelo director-geral da Autoeuropa, Miguel Sanches, Rogério Silva rebate afirmando que, a semana passada, «num dos jornais económicos», um responsável alemão da empresa afirmou que não está em causa nenhuma deslocalização.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui