A Brisa, que no passado mês não só anunciou aumentos de portagens e usou mais uma vez o Estado para aumentar as suas margens, ignorou por completo as propostas apresentadas pelos trabalhadores que se fizeram representar pelo CESP.
A Brisa, que registou no primeiro semestre de 2022 receitas com portagens de mais de 287 milhões euros, acaba assim por demonstrar que o lucro é o mais importante já que o CESP, vendo as condições de vida dos trabalhadores apresentou, tendo também por base a situação da empresa, uma proposta de 100€ de aumento mínimo para todos os trabalhadores, um aumento de 10% nas cláusulas de expressão pecuniária, 35h para todos os trabalhadores e 25 dias de férias.
Não respondendo às exigências, a contraproposta da Brisa assenta somente num aumento dos salários de 4,7%, num contexto em que a inflação é bem maior. De acordo com a proposta, um operador de posto de portagem que recebe 882 euros passará a receber somente 923 euros, correspondendo a um aumento de 41 euros, e um oficial de mecânica que recebe 1096 euros, passará a receber 1147 euros, um aumento de 51 euros.
Esta proposta não cobre as necessidades dos trabalhadores e a Brisa, sabendo disso abanou com um aumento nominal e não real, de forma a salvaguardar mais aumentos de lucros para distribuir pelos administradores. Recorde-se que também no mês passado, o consórcio Rubicone, composto por capital de holandes, sul-corenao e suíço, e que já detém 81% da Brisa, fez uma proposta de 39 milhões ao Grupo Mello para ficar com 100% da empresa.
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