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Trabalhadores do têxtil na Beira Baixa avançam na discussão para dar passos na luta

Após vários plenários e uma greve em Julho, o Sindicato dos Trabalhadores do Sector Têxtil da Beira Baixa enviou um ofício às empresas no sentido de darem respostas às reivindicações e irá avançar com uma nova ronda de plenários nas empresas.

Créditos / publicdomainpictures

Com um verão de intensiva actividade sindical e reivindicativa, o Sindicato dos Trabalhadores do Sector Têxtil da Beira Baixa mantém o seu papel de defesa junto dos trabalhadores e mandou um ofício às empresas do sector na região de modo a alcançar o que tem vindo a ser reivindicado.

Das empresas em questão apenas uma deu resposta aos ofícios do sindicato, sendo que a resposta não vai ao encontro do que é exigido. No sentido contrário está o Grupo Paulo de Oliveira que mais nem resposta deu mostrando queignora o que a situação em vivem os trabalhadores.

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CGTP convoca um mês de luta pelo aumento dos salários e das pensões

De 15 de Setembro a 15 de Outubro haverá plenários, concentrações e greves, e uma acção convergente, no último dia, com manifestações em Lisboa e no Porto, porque Governo «não compensa perda de rendimento».

CréditosMiguel A. Lopes / Agência Lusa

A decisão foi tomada esta quinta-feira, na reunião do Conselho Nacional da CGTP-IN, em Lisboa, tendo em conta que o «plano de resposta ao aumento dos preços» apresentado pelo Governo «não responde aos problemas estruturais que o País enfrenta e é muito insuficiente para resolver as dificuldades do dia-a-dia com que os trabalhadores e pensionistas estão confrontados». Ao mesmo tempo, refere a central sindical num comunicado, o programa do Executivo «deixa intocáveis» os lucros das grandes empresas e grupos económicos e financeiros, não revertendo a «brutal transferência» de rendimentos do trabalho para o capital em curso no presente ano. 

«Os lucros apresentados pelas grandes empresas e grupos económicos e financeiros são a demonstração da brutal transferência da riqueza criada pelos trabalhadores para o capital, enquanto os trabalhadores empobrecem e continuam a perder poder de compra, uma vez que os seus salários não acompanharam a subida dos preços que, no mês de Julho, atingiu 9,4% em termos homólogos», lê-se na nota, onde de sublinha que a maioria dos postos de trabalho criados no segundo trimestre (72%) tinha vínculos precários, padrão que se vem repetindo desde o ano passado.

Para a CGTP-IN, tanto os 125 euros como o valor de 50 euros por criança são insuficientes para compensar as perdas de rendimento acumuladas nos primeiros dez meses deste ano e ficam muito aquém dos aumentos verificados nos preços, por exemplo, dos materiais escolares, alimentação ou vestuário.

Acresce a isto o «logro» das pensões. A Inter realça que a fixação antecipada das taxas de actualização das pensões para 2023 equivale a uma alteração da fórmula de cálculo da actualização das pensões prevista na lei em vigor (e que foi sempre utilizada quando a inflação era baixa), quando se regista um aumento brutal dos preços dos bens essenciais.

«Sem prejuízo da necessária compensação que tem de ser feita desde já no valor das reformas, é inconcebível promover uma alteração da fórmula de cálculo das pensões para o próximo ano, provocando assim uma erosão permanente na base a partir da qual se fixam os aumentos vindouros», critica a CGTP-IN.

Neste sentido, defende medidas imediatas para aumentar os salários e pensões, travar a especulação, a exploração e a degradação das condições de vida, mas também para proteger e reforçar os serviços públicos e as funções sociais do Estado, rejeitando as «infundadas justificações da "escalada da inflação», utilizadas pelo Governo, patronato e partidos (PSD, CDS-PP, IL e Chega) para travar e recusar a tão necessária e urgente reposição do poder de compra e valorização salarial.

Um mês de luta

O Conselho Nacional da CGTP-IN decidiu mobilizar toda a estrutura sindical para aprofundar a acção reivindicativa e a intervenção nas empresas, locais de trabalho e serviços, afirmando a liberdade sindical e o exercício dos direitos sindicais na sua plenitude. 

Sob o lema «Aumento dos salários e pensões – emergência nacional! Contra o aumento do custo de vida e o ataque aos direitos», aquele órgão convoca um mês de «mobilização e luta», de 15 de Setembro a 15 de Outubro, a partir dos locais de trabalho, empresas e sectores, com a realização de plenários, concentrações, manifestações e greves, e a realização de uma acção convergente no dia 15 de Outubro, com manifestações em Lisboa e no Porto. 

Na base das reivindicações está a exigência da resposta urgente a reivindicações como o aumento dos salários de todos os trabalhadores em 90 euros, aumentos extraordinários, mesmo dos salários que foram actualizados, mas cuja revisão já foi absorvida pela inflação, o aumento extraordinário do salário mínimo nacional, fixando-o nos 800 euros, com efeitos imediatos e o aumento extraordinário também de todas as pensões e reformas que reponha o poder de compra e assegure a sua valorização.

A Intersindical exige ainda o aumento das prestações de apoio social, a revogação das normas gravosas da legislação laboral, fixação de limites máximos nos preços dos bens e serviços essenciais e a aplicação de um imposto que incida sobre os «lucros colossais» das grandes empresas.

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O sindicato relembra que os responsáveis do grupo Paulo de Oliveira durante o verão fizeram-se ouvir dizendo que têm falta de mão-de-obra e que nas várias empresas se diz que o futuro do setor são os trabalhadores de outras nacionalidades. Relembra que o que está em causa é que em Agosto os trabalhadores que terminavam os seus contratos não viram os viram renovados e foram enviados para o desemprego, alguns sem direito a prestação do subsídio de desemprego. A realidade desmascara assim a narrativa uma vez que para os administradores das empresas, o recurso a outras nacionalidade não servirá para suprir necessidades, mas sim para intensificar a exploração e poupar dinheiro com baixos salários.

Face à actual situação, e mesmo com actualizações salariais em 2022 resultantes da negociação dos Contractos Colectivos de Trabalho por via da actualização referente ao aumento do Salário Mínimo Nacional, é exigido um novo aumento dado o crescimento galopante da inflação que corresponda aos excelentes resultados das exportações registadas.

Em torno do aumentos dos salários mas também do subsídio de alimentação e de forma a definir linhas para continuar com a luta, o sindicato realizou ontém um plenário na Tessimax e terá ainda no dia 26 de Setembro no Grupo Paulo de Oliveira, dia 28 de Setembro Haco e dia 29 de Setembro na Penteadora.

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