CP desrespeita trabalhadores da Apeadeiro 2020

O calvário por que passam os trabalhadores da Apeadeiro 2020 parece estar longe do fim. Com vários meses de salários em atraso, não têm desarmado da sua corajosa luta e mesmo ante todas as dificuldades e a privação material a que estão expostos, resistem.

Apesar de toda esta resistência parece que há quem não veja mal ou esteja indiferente à situação. A começar pelo ministro das Infraestruturas que para além de dizer que está a acompanhar o sucedido, não acolhe a reivindicação dos trabalhadores de integrados na CP, a terminar na própria CP que, mesmo tendo todas as condições para responder ao pretendido pelos trabalhadores, opta por manter a situação. 

Esta semana deu-se mais um conjunto de acontecimentos que expõem a indiferença com que os trabalhadores são tratados. Segundo a nota da Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT) a administração da CP cancelou uma reunião que tinha agendado na sede da empresa, na Estação de São Bento, no Porto, com os representantes dos trabalhadores dos bares dos comboios.

Tal cancelamento aconteceu porque a CP alegou que não tinha nada de novo para dizer aos trabalhadores, mas os trabalhadores optaram, na mesma, por comparecer para reunir com a CP e obter melhor informação. Neste sentido os trabalhadores concentraram-se frente aos escritórios da CP em São Bento e ao fim de uma hora foram informados que não havia ninguém da administração da CP para os receber.

Com base nesta falta de sensibilidade e desrespeito, os trabalhadores decidiram seguir para os serviços da ACT na Avenida da Boavista no Porto, que apesar de os ter recebido não assegurou dar caráter urgente à intervenção, dizendo que toda a situação ainda está em estudo.

Segundo a FESAHT, a CP diz que já iniciou um novo concurso de 3 dias e que até final desta semana teria a situação resolvida, a questão é que na semana passada também disse que no concurso anterior tinham concorrido cinco empresas, mas foi desmentida pelo Secretário de Estado das Infraestruturas que informou os trabalhadores que isso não era verdade e que nenhuma empresa concorreu, confirmando-se assim uma mentira.

Como se tudo isto não fosse suficiente, na passada terça-feira os trabalhadores ocuparam os seus postos de trabalho nos bares do Alfa Pendular e Intercidades em São Bento e a CP, em lugar de vir dialogar e resolver os problemas dos trabalhadores, chamou a polícia para os expulsar do local de trabalho.