A notícia avançada pelo Público na sua edição de hoje dá conta que, na carta de demissão entregue à administração do centro hospitalar, os clínicos apontam os problemas que sustentam a decisão. Consideram que a resposta aos doentes se vai agravar a curto prazo e rejeitam assistir «de forma passiva a esta degradação sem precedentes».
Degradação, adiantam, que «terá uma repercussão irreparável no tratamento e orientação de muitos doentes», sublinhando a «contínua ausência de uma política, regras ou orientação, que não seja o desesperado desinvestimento cego e desordenado, a todos os níveis, tecnológico e humano, levando a um descontentamento generalizado».
Ao mesmo tempo, lê-se no diário, denunciam o desaparecimento da actividade do director clínico, que neste caso acumula as funções de presidente do Conselho de Administração.
Uma das situações mais graves está relacionada com a oncologia. O Público recorda que o Sindicato dos Médicos da Zona Centro (SMZC) e a secção regional do centro da Ordem dos Médicos visitaram o hospital no mês de Abril.
Num comunicado, ambas as entidades denunciaram que o equipamento para a realização de mamografia, com 21 anos, deveria ter sido desactivado há mais de uma década e que os médicos se recusam a usá-lo por essa razão. A situação tem conduzido a uma lista de espera com mais de dois mil doentes para ressonâncias magnéticas, «metade há quase dois anos».
«A oncologia médica está incapaz de dar assistência a novos doentes por serem poucos os profissionais. A partir de Julho passam a ser dois, quando deveriam ser cinco ou seis para a dimensão do serviço», defende o presidente do SMZC, Noel Carrilho.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui