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Função pública sai à rua para parar o empobrecimento

A Frente Comum convocou um protesto nacional para esta sexta-feira, em Lisboa. São esperados milhares de manifestantes para exigir o aumento dos salários e das pensões, e a valorização das carreiras. 

A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (Frente Comum/CGTP-IN) realizou hoje, 19 de Março de 2024, um protesto em Lisboa, reivindicando o aumento imediato dos salários e a resposta à Proposta Reivindicativa Comum. 
CréditosAntónio Cotrim / Agência Lusa

Sob o mote «Parar o empobrecimento: aumentar salários e pensões, valorizar carreiras, reforçar os serviços públicos», a manifestação nacional convocada pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CGTP-IN) abrange a administração central, regional e local. A estrutura sindical emitiu também pré-avisos de greve que, refere num comunicado, além de permitirem a deslocação dos trabalhadores à manifestação, «terão impacto relevante em diversos serviços públicos de todo o país», nomeadamente escolas, hospitais, centros de saúde, Segurança Social e repartições de finanças. 

A manifestação terá início às 15h, na Praça do Marquês de Pombal, seguindo depois para a Assembleia da República, com os trabalhadores a exigir aumentos salariais capazes de repor o poder de compra perdido nas últimas décadas, e protestar contra a «total ausência de resposta aos problemas dos trabalhadores da Administração Pública», como denunciou o coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana, à saída de uma das últimas reuniões com o Governo. 

«Temos de nos fazer ouvir», insistia esta manhã, aos microfones da RTP, no Porto, uma técnica auxiliar de saúde antes de apanhar o autocarro para a manifestação. Sebastião Santana conta que «milhares de trabalhadores» participem na manifestação desta tarde, tendo em conta que estão previstas saídas de autocarros de vários pontos do País. 

A Frente Comum exige aumentos salariais de, pelo menos, 15%, com um mínimo de 150 euros por trabalhador e um salário mínimo de 100 euros, a partir de Janeiro do próximo ano, e garantir o reforço dos serviços públicos e direitos e das «legítimas expectativas» de melhores condições de vida e laborais dos funcionários públicos. Reivindicações que esbarram na proposta do Governo, que pressupõe que a base remuneratória da Administração Pública passe de 870,5 para 875 euros, em 2025. 

«A política de baixos salários no País contrasta, de forma gritante, com os lucros abissais dos 19 maiores grupos económicos portugueses, que atingiram 32,5 milhões de euros por dia nos primeiros seis meses de 2024», constata a estrutura sindical. Simultaneamente, reconhece que o aumento de 15% reivindicado para os 749 mil trabalhadores da Administração Pública «seria mais do que compensado pelo acréscimo da receita fiscal total resultante do aumento geral dos salários para todos os trabalhadores, quer por via do IRS, quer por via do IVA».

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