O Governo que prometia resolver todos os problemas com os diversos sectores que têm sido mais audíveis, é o mesmo Governo que após um conjunto de reuniões conseguiu já crispar o ambiente. A razão é simples, no caso dos professores: ao invés de terem sido marcadas reuniões para estabelecer diálogo, houve reuniões para o Governo impor as suas soluções.
Após a última ronda negocial, a Fenprof considerou que não foram atendidas as propostas apresentadas e que garantem a resolução adequada e justa da recuperação do tempo de serviço, os professores terão de partir inevitavelmente para a luta.
A inflexibilidade já era antecipada, uma vez que o Governo faz questão de vincar que todas as soluções se encontravam no seu programa, no entanto, apesar da reposição do tempo de serviço num ritmo de 20% ao ano, nunca tinha dito que fazia questão de revogar o Decreto-Lei n.º 74/2023, de 25 de Agosto.
Basicamente, o Governo prevê eliminar o chamado «acelerador», que não sendo perfeito abrangia um vasto conjunto de professores, e a manutenção das vagas para acesso aos 5.º e 7.º escalões. No fundo, a tutela apresenta um recuo face ao anterior Governo.
Para a Fenprof é tudo muito claro e afirma que «mantendo-se estas duas condições, mais de 50000 professores serão prejudicados e fortemente lesados». A Federação que representa os docentes afirma que o Governo não poderá ignorar os docentes que perderam tempo de serviço, mas que, com o passar dos anos, deixaram de o poder recuperar.
Ante tal opção por continuar a prejudicar os docentes, a Fenprof avança já com a promessa de luta admitindo fazer uma concentração, com docentes de todo o país, no dia 21 de Maio, caso no dia 13 o Ministério não se aproxime das posições defendidas pelos professores.
A par disto, os professores admitem marcar uma greve para o primeiro dia legalmente possível, depois de dia 21 (em 29 de Maio), abrangendo todos os docentes da educação pré-escolar, ensinos básico e secundário.
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