Os primeiros dados foram divulgados junto às instalações dos Serviços Intermunicipalizados de Águas e Resíduos, em Loures, tendo em conta que os trabalhadores da recolha do lixo estão entre os primeiros a entrar, às 22h30.
José Correia, presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL/CGTP-IN), confirmou ao AbrilAbril que os serviços da recolha do lixo em Loures e Odivelas estão encerrados, face a uma adesão de 100%. O mesmo aplica-se a outras dezenas de circuitos de recolha, como a recolha nocturna em Évora, Amadora, Seixal, Setúbal, Almada, Moita e Palmela. Na Câmara Municipal de Lisboa, nos 120 circuitos de recolha de lixo normalmente efectuados, só foram realizados 21.
Por outro lado, no piquete de greve à porta do Hospital São José, em Lisboa, Ana Avoila, coordenadora da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CGTP-IN), confirmou também uma elevada adesão nos turnos da noite nos serviços de Saúde.
«Temos, sobretudo, uma imensa expectativa que amanhã vamos ter uma enorme greve, como já não temos há muitos anos. De momento, os número que temos apontam que muitos estão apenas com os serviços mínimos assegurados, as urgências [São José] estão com 100% de adesão e os restantes serviços em 90%», afirmou.
No primeiro balanço, a estrutura sindical aponta para uma forte adesão nos turnos da noite em várias unidades hospitalares pelo País: de 95% no Hospital São Francisco Xavier (Lisboa) e Hospital Amadora/Sintra, entre 60 a 100% em vários serviços do Hospital Santa Maria, de 98% no Hospital D. Estefânia e a Maternidade Alfredo da Costa com 60%.
No Norte, o Hospital de Gaia regista uma adesão de 90%, o Hospital de São João e Santo António, no Porto, de 75% e 85%, respectivamente, enquanto que o Hospital de Penafiel e de Braga têm ambos 90%.
Opções do Governo PS mantêm injustiças
Os trabalhadores da Administração Pública cumprem hoje uma greve de 24 horas, convocada pela Frente Comum, de forma a pressionar o Governo a concretizar aumentos salariais justos em 2019. A estrutura sindical defende um mínimo de 60 euros para os salários mais baixos e de 4% para os restantes, visto que os salários estão congelados desde 2009 e os trabalhadores perderam desde então mais de 18% do valor.
A greve nacional conta também com a participação das estruturas sindicais da UGT, representadas pela Federação de Sindicatos da Administração Pública, que, após a última reunião negocial com o Governo, perante a falta de propostas concretas e o anúncio de só 50 milhões de euros disponíveis, decidiram aderir ao protesto.
Em comunicado, a Frente Comum salienta ainda como reivindicações dos trabalhadores a valorização das carreiras, nomeadamente com o descongelamento do aumento anual e a revisão das carreiras, com um processo de descongelamento efectivo e não faseado.
Outras reivindicações passam pelo fim dos vínculos precários e das irregularidades verificadas em muitos casos do Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários na Administração Pública (PREVPAP), bem como o direito às 35 horas semanais para todos e o direito à aposentação sem cortes.
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