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Greve dos professores de enfermagem de Coimbra é «grito de alerta»

A greve às avaliações dos docentes da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, que arrancou esta terça-feira, é «grito de alerta» para que o Governo resolva o problema das progressões, diz sindicato.

Créditos / ESEnfC

«Progressões bloqueadas, inacção dos governos para resolver o problema e manutenção durante décadas numa situação de inexistência de valorização salarial» são denúncias que motivam nova acção de luta destes profissionais, revela o Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC/Fenprof) na sua página na internet. 

Num comunicado divulgado na última quarta-feira, o SPRC denunciava que há professores da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) «que estão sem progredir na carreira desde o início do milénio». Alguns, acrescentava a nota, «já acumulam 30 e mais pontos, decorrentes da avaliação do desempenho, contudo, apesar de, na Administração Pública, actualmente, só serem necessários 8 pontos para mudança de posição remuneratória, nesta escola, como em tantas outras instituições de ensino superior, a regra não se aplica».

A estrutura sindical lembra que aquilo que determina a mudança com carácter obrigatório é a obtenção da classificação de Excelente, durante seis anos consecutivos, denunciando a possibilidade de as instituições gerirem a atribuição dessa menção, «atribuindo classificação inferior no último ciclo avaliativo e, assim, inviabilizando a mudança».

«Segundo as próprias instituições, para a progressão ter lugar com base nos pontos seria necessária a saída de um despacho conjunto da Educação e das Finanças, o que é discutível, critica o SPRC. «O que é verdade», acrescenta, «é que as instituições alegam esse facto para impedir as progressões na carreira docente, com gravíssimos prejuízos e intolerável discriminação em relação a outras carreiras».

A greve às avaliações começou ontem e decorre até 3 de Julho, se, entretanto, o Governo não desbloquear a situação. No próximo dia 18, a Fenprof (CGTP-IN) tem marcada uma reunião com o ministro da Educação para tratar das questões do Ensino Superior e, aí, refere o sindicato, «voltará a tentar criar as condições para que esta situação se resolva». 

Em Fevereiro, os docentes e investigadores da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra saíram à rua para exigir progressões justas e consequentes aumentos salariais. Desde 2010, os trabalhadores do Superior perderam 15 a 20% do poder de compra. 

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