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Greve na Gesloures porque «a palavra não pode ir por água abaixo»

Após um longo processo negocial, a Gesloures, empresa que gere os equipamentos municipais da autarquia de Loures (PS) voltou atrás na sua palavra, propondo agora reduções aos aumentos salariais já acordados.

António Costa, na apresentação da candidatura do deputado Ricardo Leão (actual presidente da autarquia) à Câmara Municipal de Loures. 7 de Setembro de 2021 
CréditosTiago Petinga / Agência Lusa

Aumento salarial de 10%, aumento das diuturnidades para 26 euros e do abono de falhas, suplemento por manuseamento de produtos químicos e manutenção da progressão por antiguidade. Estas medidas, acordadas ao longo de um demorado processo negocial, teriam todas aplicação, com retroactivos, a 1 de Janeiro de 2023.

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Ges(tão)loures não responde às exigências dos trabalhadores

Num comunicado conjunto, o CESP e o STAL reivindicam aumentos salariais de 100 euros para os trabalhadores da Gesloures uma vez que o que está neste momento colocado não acompanha o aumento do custo de vida.

O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins (STAL) realizaram uma reunião com a administração da Gesloures com o objetivo de negociar o Acordo de Empresa (AE) para o atual ano. As duas organizações sindicais reafirmaram «a urgência dessa negociação», uma vez que segundo elas, «os salários não acompanham o agravamento significativo do custo de vida, o que tem impactado diretamente o bolso dos trabalhadores todos os meses».

Os sindicatos exigem que os aumentos reivindicados tenham efeito retroativo a partir de Janeiro, evitando assim a situação ocorrida no ano passado, na qual os trabalhadores foram prejudicados ao receber o aumento somente a partir de Março.

O CESP e o STAL destacam que o AE estipula claramente que os aumentos salariais entram em vigor em Janeiro. Além disso, defendem que os aumentos devem ser superiores a 10% do salário, com um mínimo de 100€ para todos os trabalhadores. Ambas as organizações sindicais salientam a importância de garantir condições salariais dignas para os trabalhadores, a fim de acompanhar o aumento do custo de vida de modo a valorizar o trabalho. 

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«Eis que, a 20 de Outubro, a administração voltou atrás na negociação, propondo alterações ao já acordado, nomeadamente as tabelas salariais», denuncia o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN). O boicote da administração da Gesloures, empresa da Câmara Municipal de Loures (PS/PSD) que gere os equipamentos da autarquia, «tem implicações gravosas na vida dos trabalhadores».

Não podemos esperar mais, considera o sindicato: «a subida acentuada do preço dos bens essenciais e do custo da habitação tem de ser acompanhada por aumentos salariais significativos», algo que a própria Gesloures aceitou antes de faltar à sua palavra.

O CESP e o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL/CGTP) «condenam esta atitude do Conselho de Administração - a alteração das propostas anteriormente acordadas desvirtua o processo negocial». Nesse sentido, as estruturas sindicais convocaram uma acção de greve no próximo dia 23 de Novembro, com piquete às 17h, na piscina de Loures. 

Os trabalhadores vão, em seguida, fazer ouvir a sua voz em frente ao Palácio dos Marqueses da Praia, onde estará a decorrer uma Assembleia Municipal e onde esperam fazer chegar as suas reivindicações a todos os eleitos do concelho, nomeadamente os que pertencem ao executivo PS/PSD que lidera a Câmara Municipal de Loures.

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