Lembrando que, desde o início do surto epidémico de Covid-19, a Hanon esteve «sempre a laborar», Paula Sobral, dirigente do Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas (SIESI/CGTP-IN), disse ao AbrilAbril que a empresa não pode afirmar agora que não tem condições para concretizar os aumentos salariais exigidos pelos trabalhadores.
Segundo a dirigente, as negociações tinham começado em Fevereiro, mas, a pretexto da pandemia, as reuniões foram canceladas e, em Outubro, a administração recusou dar aumentos salariais alegando não ter condições.
«Esta foi uma empresa que nunca parou, que tem 400 trabalhadores e contratou mais 300 com vínculos precários, e que todos os fins-de-semana faz horas extraordinárias», referiu Paula Sobral.
Por este motivo, foi realizada uma greve de protesto dia 23 de Outubro e, uma vez que a empresa não alterou a sua posição, foi marcada uma semana de greve, que arrancou esta segunda-feira.
Já não é a primeira vez que a administração chama a GNR para proibir plenários, lembrou a dirigente, e esta quarta-feira voltou a acontecer. Por volta das 18h apareceu uma carrinha da GNR para verificar as «condições sanitárias» do «ajuntamento».
A empresa terá ameaçado alguns trabalhadores que, como o plenário «não estava autorizado», o tempo seria descontado no salário daqueles que participassem. «Referem o estado de emergência para justificar uma alegada necessidade de autorização do plenário, o que não é verdade», sublinha Paula Sobral.
Nesta quarta-feira, não só a administração desta empresa não atingiu o seu objectivo, pois os trabalhadores «não desmobilizaram», como os militares da GNR que se deslocaram ao local confirmaram que todas as medidas estavam a ser cumpridas, não tendo dado qualquer ordem de desmobilização.
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