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Na AIMA há outra fila que cresce: a do burnout dos trabalhadores

A Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS) convocou uma greve do trabalho extraordinário para exigir condições dignas que permitam dar as respostas necessárias à Agência.

CréditosLuís Forra / Agência LUSA

Sem outro recurso disponível, entre 22 de Agosto e 31 de Dezembro os trabalhadores da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) farão uma greve ao trabalho suplementar. A situação dentro da instituição tornou-se demasiada prejudicial para os direitos e a saúde dos que lá trabalham.

As filas de imigrantes, com uma folha de agendamento na mão, povoando as entradas das lojas da AIMA já se tornaram recorrentes nos jornais, mas não será com a exploração dos trabalhadores que os 400 mil processos em abertos terão resolução.

A situação de burnout já é uma realidade entre os trabalhadores. O excesso de horas de trabalho suplementar e a redução de funcionários em todos os sectores — tanto técnico, como atendimento e administrativo — são algumas das causas. Num comunicado da FNSTFPS, a estrutura sindical exige a adopção de um «mapa de pessoal com o número de postos de trabalho que responda às necessidades efetivas da agência para todas as carreiras e categorias, incluindo técnicos especializados, tradutores, assistentes sociais e psicólogos e que integre os mediadores socioculturais, pondo fim aos protocolos contratuais com as instituições.»

Sobre os mediadores socioculturais, a estrutura sindical denuncia o processo concursal realizado. O que se vê hoje é uma contratação com «fim abusivo e ilegal do estatuto destes trabalhadores para promover a sua subcontratação através de IPSS, na maioria dos casos para funções técnicas que não se enquadram no seu perfil profissional».

Desde que foi criada, a instituição sofre de desorganização. Não há regulamento interno que clarifique as ligações e comunicações entre os departamentos, os sistemas informáticos são obsoletos, há uma ausência de formação para os trabalhadores e as informações sobre a Agência chegam primeiro pela comunicação social do que pelos meios internos. Uma das propostas do sindicato, para gerir esta questão, é a reorganização de coordenações nas lojas, garantindo que haja um coordenador por endereço.

Especificamente sobre a resposta às milhares de pendências que a agência tem a tutela, a Federação também defende a adopção de um grupo de trabalho específico, composto de servidores públicos, de forma garantir a protecção dos dados manuseados já que a prática actual de contratação por meio de contratos temporários ou de prestação de serviços não oferece essa garantia.

Toda a insatisfação e propostas chegaram até aos representantes da Secretaria de Estado da Presidência através de uma reunião entre os trabalhadores da AIMA, o chefe de gabinete e um assessor no passado dia 1 de Agosto. A ausência do secretário de Estado não diminuiu a urgência das exigências apresentadas e, portanto, ficou marcada para Setembro nova ronda negocial.

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