|CP

Negociações na CP aguardam proposta salarial do Governo

Prosseguem as negociações entre sindicatos e governo/administração da CP para um novo acordo de empresa. Matérias não pecuniárias foram resolvidas, sindicatos aguardam proposta salarial do Governo.

Na foto, o novo Alfa Pendular, apresentado na estação de Santa Apolónia, em Lisboa. 24 de Março de 2017
CréditosMário Cruz / Agência Lusa

Os sindicatos representativos dos trabalhadores ferroviários voltaram a reunir-se ontem, dia 28 de Novembro, com o Governo e a Administração da CP, com vista à revisão do Acordo de Empresa (AE).

A informação é dada em comunicado da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN), que salienta o facto de ainda não ter sido desta vez que foi apresentada, por parte do Governo e da empresa, uma proposta «para aumentar os salários de todos os trabalhadores, através do crescimento da tabela salarial».

Os ferroviários, refere-se no comunicado, «gostam de ouvir os agradecimentos dos governantes, mas querem mais do que isso, querem ver valorizados os seus salários». Nos últimos 10 anos, sublinha-se, «o salário mínimo nacional cresceu 185€», enquanto «a diferença dos salários na CP variou em 36€», levando os sindicatos a interrogar-se sobre se «o governo/administração querem que os salários [na empresa] sejam o mínimo nacional».

Um acordo no actual processo de negociação, afirmam os trabalhadores, «só é possível com o aumento dos salários de todos».

Na reunião de ontem, segundo informação prestada ao AbrilAbril por José Manuel Oliveira, da Fectrans, as negociações avançaram nas matérias não remuneratórias, tendo os sindicatos cumprido com a entrega de propostas nesse sentido, tal como ficara definido na reunião do passado dia 18 de Novembro.

Segundo o mesmo dirigente, a Fectrans aguarda uma proposta de nova tabela salarial até ao dia 11 de Dezembro próximo, data em que está marcada uma nova reunião entre as partes.

É preciso um verdadeiro serviço público

No mesmo dia a Fectrans avaliou positivamente a assinatura do contrato de serviço público entre o governo e a CP, sublinhando ser preciso dar à empresa «os instrumentos necessários para que a CP cumpra um serviço público com regularidade, pontualidade, limpeza».

Para tal, afirma, «não basta um contrato, é preciso que haja mais material, mais trabalhadores, mais investimento».

Os objectivos contidos no contrato de serviço público estarão em causa se os trabalhadores da CP continuarem a ver desvalorizados e a «ficar cada vez mais próximos do salário mínimo nacional».

Para «fixar os trabalhadores» actuais e criar «melhores condições para novas admissões» é preciso aumentar os salários, que tal como estão tornam difícil «recrutar trabalhadores especializados, necessários em áreas vitais da empresa».

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui