Perspectiva-se a saída de 400 trabalhadores da Fidelidade

Apesar dos lucros conhecidos, mais de 400 trabalhadores deverão sair nos próximos anos da seguradora Fidelidade, depois de nos primeiros nove meses deste ano já ter reduzido em 134 pessoas o seu quadro de efectivos.

O capital social da Caixa Seguros (Fidelidade, Multicare e Cares) foi privatizado em 2014 pelo Governo do PSD e CDS
CréditosMiguel A.Lopes / Agência LUSA

A Fidelidade, que pertence ao grupo chinês Fosun, solicitou ao Governo o estatuto de empresa em reestruturação, no qual se inclui a redução de 400 funcionários. Uma fonte oficial da seguradora afirmou à Lusa que a empresa continua com o processo de «optimização da estrutura», que já vinha acontecendo antes da privatização, e que a redução de funcionários está a «ser efectuada de forma faseada de acordo com a experiência de anos anteriores».

O grupo chinês Fosun comprou, no início de 2014, 80% do capital social da Caixa Seguros (Fidelidade, Multicare e Cares) por mil milhões de euros.

Em termos médios, entre 2013 e 2015, saíram 130 trabalhadores por ano da Fidelidade, disse a mesma fonte.

Nos primeiros nove meses deste ano, saíram 134 trabalhadores, dos quais 110 através de rescisões por mútuo acordo e pré-reforma, segundo a empresa. No mesmo período contratou 86 colaboradores «para responder à necessidade de novas competências em algumas áreas», naquilo que considera «um processo de rejuvenescimento» da sua estrutura.

Os lucros

A Fidelidade, que pertencia à Caixa Geral de Depósitos, é detida pela Fosun, que também tem em Portugal a Luz Saúde. Através da Fidelidade, o Fosun detém ainda 5,3% da REN – Redes Energéticas Nacionais.

A seguradora teve lucros de 286,3 milhões de euros em 2015, de acordo com as contas consolidadas, superando os 178,2 milhões de 2014. No documento, a empresa refere que tem uma quota de mercado em Portugal (áreas Vida e Não Vida) de 29,7%.

Este fim-de-semana foi conhecido que a Fosun concretizou a sua entrada no capital do BCP, que já vinha negociando há meses, tendo gasto 175 milhões de euros para ter 16,7% de participação, que se compromete a não vender durante três anos e que poderá reforçar para 30%.

Em 2015, o grupo Fosun – considerado um dos mais lucrativos consórcios privados chineses – registou um aumento dos lucros de 17,3%, para 8040 milhões de yuan (1098 milhões de euros), de acordo com o relatório de contas referente ao ano passado.

Na área seguradora, assumida como «um motor decisivo para o futuro crescimento» do grupo, a par do investimento, os lucros somaram 2100 milhões de yuan (287 milhões de euros), um aumento de 88,4% em relação a 2014.

O mesmo documento detalha que, em 2015, o Fosun aumentou a sua participação na Fidelidade para 84,986% e que, em Dezembro passado, fez um aumento de capital de 500 milhões de euros no capital da seguradora com vista a cumprir os rácios regulatórios.

O Grupo Segurador Fidelidade tinha, no final de Setembro, 3230 trabalhadores em Portugal, dos quais 2550 na Fidelidade.

Com Lusa

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