A construtora Mota-Engil fechou o primeiro semestre com um lucro de 72,56 milhões de euros, que representa um aumento de 477% face aos 12,57 milhões de euros registados em igual período do ano passado, revelou hoje em comunicado emitido para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Foi determinante para este aumento a venda da participação da Mota-Engil na Indáqua, bem como a venda da Mota-Engil Logística e da Tertir (negócio de portos e logística).
Já o EBITDA – resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações – da Mota-Engil aumentou 3% para 149 milhões de euros, enquanto a margem de EBITDA estabilizou nos 14%.
A empresa adianta ainda que a carteira de encomendas «ascendia a cerca de 4,6 mil milhões de euros, dos quais cerca de 3,7 mil milhões de euros em mercados fora da Europa, representando cerca de 81% do total da carteira.» Destacam ainda que «já depois do fecho do primeiro semestre de 2016, o grupo ganhou um conjunto de obras totalizando mais de 400 milhões de euros».
A Mota-Engil é a maior empresa de construção nacional. A empresa também opera na área do ambiente e do sector dos serviços, bem como sobre as actividades de concessões rodoviárias, através do grupo Ascendi (onde tem 60%). Entre as participações da Mota-Engil há uma participação de 37,5% na Martifer. Os principais mercados geográficos da empresa são Portugal, Angola, Moçambique, Malawi, Polónia, Peru e México.
O outro lado da «moeda»
Apesar do aumento dos lucros, nos últimos tempos surgiram notícias sobre o congelamento de salários em empresas controladas pela Mota-Engil. É o caso da Empresa Geral de Fomento (EGF), à qual pertence a Valorlis, que mantém os salários congelados. Num comunicado, no início do mês, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins (STAL) acusava que «ao mesmo tempo que condena os trabalhadores [da Valorlis] a sobreviverem com valores próximos do salário mínimo, a MotaEngil/SUMA embolsa quase dez milhões de euros das várias empresas da EGF».
Já no início de Julho era denunciado pela Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS), pela Associação Nacional de Freguesias (Anafre) e pelos sindicatos do distrito de Setúbal o facto da Mota-Engil e accionistas se apropriarem dos resultados da gestão pública dos últimos anos da Amarsul (que pertence à EGF, e dedica-se à valorização e tratamento de resíduos sólidos urbanos), num valor de 6 milhões de euros.
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