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«Se houvesse uma fiscalização rigorosa, a cozinha teria de ser encerrada»

A greve deste fim-de-semana nos serviços de alimentação dos Hospitais de Coimbra contou com uma expressiva adesão que exigia melhores condições de trabalho e contratação de profissionais.

Créditos / Sindicato de Hotelaria do Centro

Os trabalhadores do serviço de alimentação dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), ao serviço da empresa SUCH, estiveram em greve no fim-de-semana contra a falta de pessoal e de investimento, que põem em causa a qualidade do serviço prestado aos utentes, afirmou fonte sindical.

A greve iniciou-se no sábado às 7h e terminou no domingo às 22h e contou com uma «adesão total» excepto os trabalhadores que estão a prestar os serviços mínimos nos HUC, instituição que faz parte do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), afirmou aos jornalistas, António Baião, dirigente do Sindicato de Hotelaria do Centro (CGTP-IN).

De acordo com o dirigente sindical, na unidade onde a greve foi decretada trabalham cerca de 300 pessoas no serviço de alimentação, sendo à volta de 500 nos quatro serviços de alimentação do CHUC.

Segundo António Baião, faltam «no mínimo» 40 trabalhadores no serviço de alimentação, sendo que, com «um quadro de pessoal insuficiente», os funcionários, que servem três mil refeições diárias, consideram que «a qualidade do serviço prestado é posta em causa». O dirigente garante que é cada vez mais complicado contratar pessoal por causa dos baixos salários e da falta de condições de trabalho no sector.

Para além disso, «a cozinha está degradada, fruto da falta de investimento do Estado», notou, frisando que, caso houvesse «uma fiscalização rigorosa» do espaço de trabalho, «se calhar, a cozinha teria de ser encerrada».

O dirigente sindical afirmou que a greve é também motivada pelos baixos salários praticados no sector, com os funcionários a ganharem pouco mais do que o salário mínimo nacional e a não verem reconhecida a sua antiguidade.

«Esta é uma situação que não é de hoje e se encontra nos serviços de alimentação hospitalar em todo o país. Nas maternidades, no Hospital dos Covões e no Hospital Pediátrico [outras unidades do CHUC] também há falta de pessoal e falta de manutenção de equipamento», referiu.

«Se não forem tomadas medidas com investimento sério nos serviços de alimentação, isto vai entrar em ruptura», salientou António Baião, acrescentando que o sindicato já pediu uma reunião com o Ministério da Saúde há três meses, mas que continua sem resposta.

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