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Sindicatos da Ryanair ameaçam com greve europeia após Junho

Os sindicatos dos tripulantes de cabine da Ryanair na Europa, reunidos em Madrid, fizeram um ultimato à companhia para que «cumpra as leis laborais em cada país», caso contrário, avançam para a greve.

Lucros da empresa após impostos, divulgados a Junho de 2017, foram de 397 milhões de euros, um aumento de 55%
Créditos / Wikimedia Commons

«O dia 30 de junho é o prazo limite para a Ryanair responder às nossas exigências», afirmou à Lusa Bruno Fialho, da direção do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), que esteve reunido ontem com congéneres europeus para «acertar as datas» da greve europeia de tripulantes de cabine da Ryanair a realizar no Verão.

Segundo contou, na reunião em Madrid os sindicatos europeus estiveram «a tratar de todos os procedimentos legais em cada país» para poderem avançar com uma greve europeia, que será anunciada «logo após o dia 30 de Junho».

«Se a Ryanair cumprir com tudo o que nós exigimos, que é simplesmente a aplicação das leis nacionais de cada país, é evidente que não há motivos para existir greve, mas chegamos a um ponto em que já não acreditamos que tal é possível», afirmou Bruno Fialho, defendendo que os sindicatos estão a agir de «boa fé», dando o prazo para que a empresa possa responder.

«Temos de preparar tudo para que a greve seja uma realidade, que nós não desejamos, mas que iremos fazer porque assim somos obrigados devido às acções do senhor Michael O'Leary [presidente executivo da Ryanair]», disse Bruno Fialho, reconhecendo eventuais transtornos devido à greve.

Companhia tem histórico de repressão

Num comunicado divulgado pelo SNPVAC e assinado pelos cinco sindicatos europeus reunidos em Madrid, as organizações assinalam os «processos disciplinares que puniram apenas aqueles que fizeram a greve em Portugal e os tripulantes de outros países que se recusaram a participar nas exigências ilegais para substituir os trabalhadores em greve durante a semana da Páscoa».

Desde o início da paralisação de três dias, no período da Páscoa, que o SNPVAC acusou a companhia aérea de violar a lei portuguesa, ao substituir trabalhadores em greve, trazendo trabalhadores de outras bases europeias, ameaçando com despedimentos quem não aceitasse.

Os trabalhadores em Portugal exigem o cumprimento de várias matérias previstas na lei, entre as quais os direitos de parentalidade, a garantia de um ordenado mínimo e o fim de processos disciplinares por motivo de baixas médicas ou contra quem não atinja os objectivos de venda a bordo. É ainda contestada a deterioração das condições de trabalho e os vínculos de trabalho precários, alguns com 10 anos.

Os sindicatos negam ainda que existam «negociações activas» entre os sindicatos e a Ryanair , ou «quaisquer acordos assinados desde o anúncio em Dezembro de 2017 da intenção da empresa em aceitar negociar com os sindicatos».

Com agência Lusa

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