Estes trabalhadores estão em greve desde o passado dia 27 de Dezembro, por tempo indeterminado, pelo pagamento do subsídio de Natal e do salário em atraso do mês de Dezembro, assim como pelo pagamento de horas extraordinárias, também em atraso. Acresce que metade dos salários de Novembro apenas foram pagos na última semana de Dezembro, quando os trabalhadores já haviam convocado a greve.
Os manifestantes lutam ainda pelos seus postos de trabalho, responsabilizando os accionistas privados e públicos pelo conflito existente. Nesta empresa ocorre um processo de despedimento colectivo de 50 trabalhadores. Neste momento, em resultado de um programa especial de recuperação da empresa, é um fundo com capitais do Estado que detém 75% da sociedade anónima.
Esteve presente na acção o secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, que afirmou que a central sindical irá exigir ao Ministério da Economia «uma solução» para o processo, solicitando uma reunião com carácter de urgência. A marcha pelas ruas da cidade terminou junto aos Paços de Concelho, onde decorreu uma reunião com o presidente da Câmara, Raul Cunha. Estando em greve desde o dia 27 de Dezembro, os operários permanecem diariamente à entrada da fábrica, na freguesia de Cepães.
Estando em greve desde o dia 27 de Dezembro, os operários permanecem diiariamente à entrada da fábrica, na freguesia de Cepães
Em declarações à imprensa, Arménio Carlos afirmou ser necessário, em primeiro lugar, pagar os salários e garantir os postos de trabalho, o que implica, «desde já, uma intervenção do Ministério da Economia». No entanto, para o dirigente sindical, chegou também «a altura de fazer uma averiguação ao tipo de gestão que foi feito, porque realmente é muito dinheiro aqui colocado e que rapidamente desapareceu». Fonte sindical afirma tratar-se de um valor de 3,5 milhões de euros a fundo perdido. De acordo com as informações recolhidas, a empresa tem um passivo de cerca de 10 milhões de euros, sendo que 150 mil euros são referentes a créditos dos trabalhadores. Assim, a Valindo é actualmente administrada por uma entidade privada que gere fundos públicos, mas que, ao que se conhece, se nega a reunir com os trabalhadores.
O PCP, que esteve reunido com os trabalhadores em protesto no dia 28 de Dezembro, informou que interrogou o Governo sobre a situação da empresa e dos trabalhadores. O partido advoga que tendo o Estado investimento no fundo, «é necessário e imperioso que sejam dados esclarecimentos adicionais sobre a situação dos trabalhadores e do acompanhamento que os organismos oficiais fazem desta empresa».
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