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Trabalhadores do Grupo AdP vão parar para exigir mais salário

Os trabalhadores das empresas do Grupo Águas de Portugal (AdP) vão fazer uma greve de 24 horas, esta quinta-feira, na sequência de a administração ter retirado a proposta de actualização salarial.

Entre 2010 e 2016, os lucros do grupo ascenderam a cerca de 500 milhões de euros
Créditos / STAL

Esta manhã, uma delegação do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL) e da Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas e Eléctricas (Fiequimetal), ambos afectos à CGTP-IN, entregaram uma carta aberta à administração do Grupo AdP, mas não obtiveram as respostas que permitiriam cancelar a acção de luta agendada para dia 30

Na base do protesto está o recuo da comissão negociadora da empresa, que, «de forma inaceitável e revelador de má-fé negocial, retirou a proposta que estava a ser negociada», revelam as estruturas sindicais numa nota à imprensa.

O processo de revisão do Acordo Colectivo de Trabalho (ACT) teve início este ano, após diversas acções de luta dos trabalhadores do Grupo AdP, que, desde 2018, aguardavam o compromisso assumido pelo Conselho de Administração relativamente à Acta de Entendimento assinada com o STAL e a Fiequimetal, quanto à urgência das negociações sobre a tabela salarial e a estrutura de carreiras.

Segundo o comunicado, no início deste ano a comissão negociadora da AdP apresentou uma proposta de actualização salarial e de outras matérias , embora se mantivesse distante das reivindicações dos trabalhadores, confrontados com anos de perda de poder de compra e «tarefas profissionais exigentes, excessiva carga horária e equipas cada vez mais reduzidas». Realidade que contrasta com os «chorudos» lucros que o grupo tem acumulado ao longo da última década.

No dia 9 de Junho, data da última reunião, a AdP «deu "o dito por não dito" e informou que retirava a sua proposta», numa atitude «reveladora da pouca consideração que tem para com os seus trabalhadores e os problemas e dificuldades com que estes se debatem há muito», agravados no quadro da actual crise social e económica.

STAL e Fiequimetal reforçam que o aumento geral dos salários «não é um "favor" ou caridade da empresa» para com os trabalhadores, sem os quais não seria possível alcançar os mais de 415 milhões de euros de lucros, angariados pelo grupo entre 2018 e 2021. 

Neste sentido, as estruturas sindicais defendem que cabe ao Conselho de Administração resolver os problemas dos trabalhadores, e que a paralisação desta quinta-feira é da «inteira responsabilidade» da empresa. 

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