Segundo informação recebida pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS/CGTP-IN), desde segunda-feira que o matadouro Central Carnes, em Famalicão, no distrito de Braga, está proceder «ao abate de milhares de porcos, sem que haja a presença de um inspector sanitário oficial».
«A Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) impôs a presença no local de dois veterinários estagiários e de um veterinário sem qualquer contrato celebrado com a DGAV ou a Câmara Municipal de Famalicão», lê-se na nota emitida pela federação, sublinhando que se trata de «uma violação grave da lei» e «poderá pôr em causa a saúde pública».
A estrutura sindical acrescenta que, «estes e outros factos» desmentem «em absoluto» as afirmações à imprensa por parte do director-geral da DGAV, «que disse não se estarem a verificar por parte daquela entidade quaisquer violações da lei da greve».
«Falta de vontade política»
Para a Federação dos Sindicatos, este «conflito laboral» estaria resolvido se o ministro da Agricultura e o secretário de Estado da Agricultura e Alimentação já tivessem apresentado uma proposta de criação da carreira de inspecção sanitária, há muito reivindicada pelos trabalhadores que cumprem hoje o quarto dia de greve.
A federação fala de uma «manifesta falta de vontade política» e responsabiliza os governantes pelos eventuais prejuízos causados aos produtores e na cadeia de distribuição alimentar.
A par da criação de uma carreira de inspecção veterinária, os médicos veterinários e auxiliares de inspecção estão contra o processo de municipalização da inspecção sanitária, reivindicam o fim dos recibos verdes e melhores condições de trabalho.
O pagamento dos subsídios de turno e das deslocações em serviço, e a contratação de mais profissionais são algumas das exigências.
A federação realça que, na segunda-feira, 30 de Abril, a «maior parte dos matadouros do Norte e do Centro» fecharam portas devido à greve dos trabalhadores. Ontem, 12 dos 22 matadouros de Lisboa e Vale do Tejo estiveram encerrados devido à greve de seis dias que termina este sábado.
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