Trata-se de uma mostra do inventário, parcial e incompleto, de resistentes antifascistas do concelho de Serpa, que contribuíram de diversas formas e em diferentes momentos para a luta que a maioria do povo português travou contra a ditadura fascista que a Revolução de Abril derrubou, explica uma nota deste município do distrito de Beja.
Coube à União dos Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), em cooperação com a Câmara Municipal de Serpa, proceder ao levantamento, no Registo Geral dos Presos, do arquivo da extinta PIDE/DGS, à guarda do Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT), dos nomes de resistentes naturais do concelho de Serpa ou aí residentes.
«A inventariação dos nomes destes 295 presos, para o período de 1932 a 1934, não é, evidentemente, exaustiva, havendo muitos resistentes antifascistas do concelho de Serpa que não constam da listagem – seja por não terem sido presos, seja por os seus registos figurarem, possivelmente, noutros arquivos». Adianta a Câmara de Serpa que, «à medida que forem avançando novas investigações, algumas delas em curso, a lista tornar-se-á mais completa».
Neste inventário de quase três centenas de resistentes antifascistas do concelho de Serpa encontram-se homens, sobretudo, mas também mulheres, principalmente «trabalhadores» e «trabalhadores rurais», havendo outras profissões representadas na lista de resistentes antifascistas serpenses. Jornaleiros, pastores, sapateiros, pedreiros, estucadores, operários metalúrgicos, torneiros, serralheiros, mecânicos, ferroviários, condutores da Carris, motoristas, alfaiates, barbeiros, caixeiros-viajantes, guarda-livros, escriturários e funcionários públicos são algumas das profissões descritas. A autarquia salienta que «a maioria das mulheres fichadas são apresentadas como "domésticas", o que pode ocultar que muitas delas eram também trabalhadoras agrícolas sazonais».
Também patente na Alcáçova do Castelo de Serpa, no âmbito da Feira Histórica, que decorre até amanhã, está uma exposição de fotografias de Alfredo Cunha, captadas durante o 25 de Abril de 1974, quando o jovem fotojornalista trabalhava no jornal O Século.
A 14.ª edição da Feira Histórica de Serpa tem lugar no Centro Histórico desta cidade raiana, com apresentações e representações culturais do antes, durante e depois da Revolução dos Cravos.
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