Lénine chega hoje a Lisboa

Estreia hoje no Teatro da Trindade A Última Viagem de Lénine. Uma comédia para os «da mó de baixo» da autoria da associação cultural Não Matem o Mensageiro, único grupo de teatro político em Portugal.

Cartaz de
CréditosMiguel Gomez

«Atenção senhores passageiros: o comboio longo-curso que traz Lénine a Lisboa circula com um atraso de 90 anos. Pedimos desculpa pelos incómodos causados, mas às vezes é preciso dar 90 passos atrás para conseguir dar um passo em frente». O anúncio em jeito de despertador de consciências introduz A Última Viagem de Lénine.

A associação Não Matem o Mensageiro explica que «quando, em 1924, Lénine embarcou no comboio rumo a Lisboa, esperava encontrar um médico que o curasse da doença que lhe destruía o corpo e a mente. O que não esperava, era sair em 2016 e descobrir que, passado um século, o nosso mundo mudou tão pouco».

Trata-se de uma comédia «contra os da mó de cima e para os da mó de baixo», que simultaneamente homenageia a Revolução de Outubro e desmistifica a figura de Lénine: «humano, generoso, destemido e revolucionário».

A história da revolução russa em 90 minutos, à espera de um comboio com 90 anos de atraso, sempre oportuno. «A boa notícia sobre os comboios atrasados é que, mais tarde ou mais cedo, acabam sempre por chegar».


O texto original, da autoria de António Santos, é encenado por Mafalda Santos e interpretado por André Levy. A direcção técnica está a cargo de Cláudia Rodrigues.

A Última Viagem de Lénine estreia hoje, às 21h30, no Teatro da Trindade, onde fica em cena até ao dia 23 de Outubro. Para mais informações sobre a digressão basta consultar o calendário.

A associação está disponível para apresentar esta peça em todos os espaços culturais e instituições que queiram celebrar o centenário da Revolução de Outubro.

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