«My pleasure» de Joana Villaverde, na Galeria Municipal Pavilhão Branco1, em Lisboa, apresenta-se como «uma exposição de pintura a óleo de enormes dimensões, com telas de três metros e meio por dois metros. São os primeiros trabalhos de Joana Villaverde sem qualquer expressão figurativa e iconográfica». Pode ser visitada até 9 de fevereiro de 2025.
Entre referências à pintura de Fragonard «Les hasards heureux de l’escarpolette», que a artista desmonta e transforma, com o seu trabalho vislumbra a infinitude e para si um mundo novo e afirma o seu quotidiano, a artista assume também continuar a criar com a mesma fisicalidade de sempre e o privilégio de o poder fazer em liberdade.
«Lembro a sensação contraditória de liberdade que senti enquanto me transportava diariamente na estrada entre Birzeit e Ramallah nos Ford Amarelos, os "mini buses", na Cisjordânia ocupada e eu livre a apanhar vento com o meu passaporte europeu no bolso. E agora neste trabalho, eu aqui, livre a pintar o céu. É a contradição entre a liberdade e a asfixia, a minha liberdade e o colapso da humanidade», afirma Joana Villaverde.
Quanto ao seu processo criativo, a artista revela que «continuando com a mesma paleta, as pinturas vão-se transformando. Começam como imagino que comecem as pinturas abstractas: por uma ponta. Vou desenrolando a tinta como se fosse um rolo de alcatifa, o corpo vai andando desenrolando. Depois, descubro coisas que reconheço, umas vezes vou lá e dou a ver. Outras não, deixo estar assim».
«Este trabalho, ao ser mostrado, como todos os meus trabalhos do passado, não está acabado, nem quero que esteja. Não procuro certezas nenhumas e muito menos coisas acabadas. Quero o impossível, coisas sem fim», acrescenta a artista.
O Centro Internacional de Medalha Contemporânea2, no Seixal, apresenta a exposição «A Manifestação da Essência», uma homenagem a Manuela Madureira e pode ser visitada até 22 de março de 2025.
Segundo o escultor João Duarte, a artista Manuela Madureira (1930-2022) foi uma «autora de uma vasta obra de medalha, que somente em 2005 se iniciou na criação de medalhas, na III Bienal Internacional de Medalha Contemporânea Dorita Castel-Branco, em Sintra, foi a artista premiada com o primeiro prémio. A partir de então nunca mais parou de criar medalhas. Expôs nos congressos da FIDEM – Federação Internacional de Medalha desde 2007. A afirmação pela sua vocação, que era tudo para ela, foi a razão de viver e de amar, tendo como companheira a tenacidade que sempre marcou o seu trabalho, para poder mergulhar num percurso inovador de investigação de novas tecnologias, principalmente na área da cerâmica. A energia e entusiasmo quase inesgotáveis que a caracterizam dão origem a inúmeras criações de medalhas que hoje a tornam uma artista reconhecida no campo da medalhística, tendo uma vasta obra editada e com características únicas que a individualizam perante os seus pares…».
Manuela Madureira durante o seu percurso artístico, trabalhou em materiais diversos, como pedra, ferro, cerâmica, bronze ou madeira, azulejo, tapeçaria, desenhos para a calçada portuguesa, pintura e medalhas e os seus temas passam pelo reino animal e vegetal, o cosmos e também a figura humana.
O Centro Internacional de Medalha Contemporânea, situado na Quinta da Fidalga e inaugurado em 2021, é o resultado da recuperação de um edifício histórico e «fruto de um trabalho com mais de 20 anos e já reconhecido nacional e internacionalmente, nomeadamente em bienais, exposições, formações, workshops e ainda num congresso mundial da Federação Internacional da Medalha», segundo o texto de apresentação deste espaço artístico.
A V Bienal de Desenho de Almada – Prémio de Desenho Pedro de Sousa 2024 é organizada pela Imargem-Associação de Artistas Plásticos do Concelho de Almada e apoiada pela Câmara Municipal de Almada, desde 2016. Ao longo das diversas edições a Bienal de Desenho de Almada tem cativado centenas de artistas nacionais e estrangeiros residentes em Portugal desta área de expressão artística a participar e também tem vindo a merecer a atenção de um público cada vez mais alargado.
As exposições dos trabalhos selecionados para a Bienal de Desenho de Almada decorrem na Biblioteca Municipal José Saramago3 e na Biblioteca Municipal Maria Lamas4, em Almada, até 31 de janeiro de 2025. O Júri da Bienal constatou a existência de 108 obras de 64 artistas a concurso, selecionando desenhos de 31 artistas para as exposições da Bienal de Desenho de Almada, Ana Ferraz, Ana Maria Pintora, Ana Silva, André Romagdrigues, Ângela Gaspar, Carlos Morais, Catarina Mesquita, Diogo Costa, Eduardo Abrantes, Elena Sanmiguel, Fátima Romão, Filomena Silva Campos, JM Fonseca, João Marques, José Alberto Mar, José Martins, Luís FFP, Luís Filipe Rodrigues, Mafalda Amaro, Maria Inês Alves, Mariana Gavela, Miguel Santos, Nicoleta Sandulescu, Oksana Zahryva, Patrícia Ferreira, Patrícia Reis, Paulo Almeida, Pedro César, Rogério da Silva, Rúben Pinheiro e Sara Ventura.
O Júri do Prémio Pedro de Sousa de 2024, constituído por Filipa Oliveira, Patrícia Magalhães e Fernanda Guerreiro, divulgou a atribuição do Prémio Pedro Sousa 2004 a um desenho de Diogo Costa e três menções honrosas a obras de Nicoleta Sandulescu, Catarina Mesquita e Rogério da Silva.
Na Galeria De Arte Imargem5, em Almada, podemos também visitar a exposição «Deambulação Onírica» de Margarida Fernandes, que vai decorrer de 3 a 21 de janeiro de 2025. «A Deambulação Onírica encontra-se como uma continuação dos últimos projetos que tenho vindo a desenvolver. No sonho já é outra vida e Declínio do Sonho é explorado a conexão de um estado para o outro através das figuras. Aqui a paisagem do mundo onírico surge com mais destaque» revela-nos a artista. Referindo ainda, que as pinturas «são como desenhos escultóricos, apresentam um processo de construção demorado. A conjunção de materiais e a vivacidade do traço apresentam soluções para uma miscelânea de pensamentos que invadem a figura».
Para o início do próximo ano, sugere-se ainda a exposição «nada permanece igual» de João Gabriel, que vai decorrer na Solar - Galeria de Arte Cinemática6, em Vila do Conde, apresenta a até 1 de fevereiro de 2025.
Esta exposição além de criar «uma experiência imersiva e intimista, também erótica e cinemática, porque os filmes são a sua mais profunda inspiração», representa também o regresso de João Gabriel a esta galeria, depois de uma outra exposição em 2016.
Para a exposição, o artista «apresenta uma seleção de novas obras sobre tela e papel de 2024, nas quais o isolamento e a união aparecem em demonstrações de afeto. As suas pinturas oscilam entre estes espaços: público e privado, interior e exterior, natureza e domesticidade, observar e ser observado, pintura e cinema. Sobre paisagens naturais, representadas quase de forma impressionista, Gabriel incorpora o movimento e figuração, revelando a presença sedutora de corpos humanos numa série de situações expectantes», segundo o texto da exposição.
A Solar é um espaço dedicado à interseção entre o Cinema e as outras Artes. Criada em 2002 pelo Festival Curtas de Vila do Conde, a galeria apresenta-se como uma zona de experimentação artística e expositiva, que privilegia a imagem em movimento, isolada e na sua relação com outro tipo de criações.
- 1. Galeria Municipal Pavilhão Branco – Jardim do Palácio Pimenta, Campo Grande, 1700-091 Lisboa. Horário: terça a domingo, das 10h às 13h e das 14h às 18h.
- 2. Centro Internacional de Medalha Contemporânea – Avenida da República, n.º 2571 Quinta da Fidalga, Arrentela 2840-741 Seixal. Horário: terça-feira a sábado, das 10h às 12h30 e das 14h às 17h. Entrada Livre.
- 3. Biblioteca Municipal José Saramago – Rua da Alembrança, 2800-648 Feijó. Horário: segunda a sábado, das 10h às 18h.
- 4. Biblioteca Municipal Maria Lamas – Rua do Moinho ao Raposo, 2825-099 Caparica. Horário: segunda a sábado, das 10h às 18h.
- 5. Galeria Arte Imargem – Rua Torcato José Clavine nº19 piso 03 2804-710 Pragal – Escadas das Finanças. Horário: segunda, das 10h às 15h e das 18h às 21h; terça, das 10h às 13h e das 15h às 18h; quinta, das 10h às 13h e das 14h às 17h; sexta, das 10h às 15h.
- 6. Solar – Rua do Lidador, 139 4480-791 Vila do Conde. Horário: segunda a sábado, das 14h às 18h.
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